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Nem vale a pena dizer muito: para além dos seis discos com destaque em baixo, fiquem também com os de Akai Solo (Spirit Roaming), Wizkid (More Love, Less Ego), Nas (King’s Disease III), Gold Panda (The Work), Surma (alla), Ana Moura (Casa Guilhermina), FaltyDL (A Nurse To My Patience), R7ALNESS (RACKSONRECS), Headie One (No Borders: European Compilation Project), Homeboy Sandman (Still Champion), Run The Jewels (RTJ CU4TRO), STR4TA (STR4TASFEAR), AG.R97 (Painwave) e Mixbwé (Mixterio). Bom proveito.
[Duval Timothy] Meeting with a Judas Tree
O talento e a qualidade já se faziam notar em Brown Loop (2016), Sen Am (2017) ou Help (2020), mas Duval Timothy ganhou um novo holofote (e um bem potente) aquando do lançamento de um dos álbuns mais esperados dos últimos cinco anos, Mr. Morale & The Big Steppers, surgindo creditado em diferentes temas. Por isso mesmo, a atenção é maior para Meeting with a Judas Tree, mais um exercício em seis faixas com o piano no centro e a produção e os efeitos a darem forma (ou a desformarem) uma imagem que tanto tem a natureza como as discretas máquinas a capturam na sua total beleza.
[Duquesa] Sinto Muito
“O sentimento é o brilho da vida”. Logo a abrir, Duquesa explica que quer “que todos brilhem”. E “que todos sintam”. Ela, claro, não se faz rogada e no título do seu novo trabalho escarrapacha um Sinto Muito. De quem sente muito (o duplo sentido é propositado), o projecto tem a excelente “Duas da Manhã” e não só. Do bom r&b cantado em português.
[Ben LaMar Gay] Certain Reveries
Ben LaMar Gay (corneta, sintetizador e voz) e Tommasso Moretti (bateria) exploram a liberdade que pode existir dentro de uma longa composição do primeiro. É free jazz, é soul, é folk experimental, é música abstracta e é, também, um retrato da pandemia posteriormente editado para se tirar conclusões diferentes de uma apresentação que deve ter mexido com alguns espíritos.
[Sarathy Korwar] KALAK
A riqueza da música e da literatura do Sul Asiático é exposta em toda a sua grandeza por Sarathy Korwar em KALAK, o seu novo álbum. Photay foi o produtor de serviço neste registo que procura a espiritualidade e a comunidade — e as intersecções entre estas pelo caminho. Polirritmos e electrónicas com sentido a embrulharem-se em mantras que ficam.
[GloRilla] Anyways, Life’s Great…
De Memphis, Tennessee, GloRilla tem atitude que chegue para 1000 MCs. Em “Tomorrow 2”, banger feito a meias com Cardi B e que faz parte do alinhamento de Anyways, Life’s Great, o seu EP de estreia, a rapper provou que consegue ombrear com aqueles que vencem GRAMMYs, colocando-se a jeito para subir a cobiçada escada do rap sem grandes dificuldades.
[Kady] Lumenara
Em 2022, nós vivemos no mundo que Dino D’Santiago cantou e projectou, não existirá grandes dúvidas sobre isso nesta altura. Depois de Toty Sa’Med lançar MOXI ou Nayela mostrar singles como “Perda” e “469”, é agora a vez de Kady (cantora para quem o autor de BADIU assinou “Diz Só” há uns anos) reapresentar-se em Lumenara, um curta-duração em que a avançada pop com África na base e na imaginação acontece à nossa frente.
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