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Outra mão, outros gostos, mas o mesmo espírito. Sexta-feira, feriado, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, e tanto a acontecer lá fora. Para contrabalançar com a playlist da época — festiva, popular e bem à portuguesa —, Tia Maria abre a porta para outras casas: seja na introspecção de E L U C I D, no conforto de Sam Gendel, na intimidade de FKJ, na nostalgia de XXXTentacion ou no tecto de Zanshin. É onde se sentirem melhor.
[DJ Danifox] Dia Não Mata Dia
Danifox é tarraxo, é kuduro, é house, é techno — e pode ser o que bem quiser, na verdade. O DJ e produtor português sediado no Reino Unido cruza os ritmos afro com as batidas mais digitais como poucos, registo esse inconfundível para quem ouve Dia Não Mata Dia, no Dia de Portugal, às cegas. Tensão constante e harmonia transversal neste novo trabalho editado com selo Príncipe e carimbo Tia Maria Produções.
[E L U C I D] Told Bessie
Depois do parceiro billy woods, com quem partilha a dupla Armand Hammer, ter editado o denso e exaustivo Aethiopes, também E L U C I D deixa agora a sua marca individual em 2022 com um longa-duração. Told Bessie requisita woods por quatro vezes, mas o protagonismo não foge ao autor do disco, que debita matéria com reconhecida propriedade. No melhor dos sentidos de “mais do mesmo”.
[Sam Gendel] SUPERSTORE
Para quem está mais centrado no universo hip hop e alheio ao que se anda a fazer por esse “novo” jazz, Mach-Hommy é a ligação para chegar a Sam Gendel. O saxofonista norte-americano brilhou em “WOODEN NICKELS”, tema de Balens Cho (Hot Candles), e edita agora novo disco próprio a um mês de se estrear em Portugal, nos Jardins Efémeros. Das 34 faixas de SUPERSTORE, boa parte não passa do primeiro minuto; mas, mais do que a extensão, é a liberdade de experimentação que sobressai neste longa-duração. Com particular destaque para a sua “Blue in Green”.
[FKJ] VINCENT
FKJ apresentou-se com o homónimo French Kiwi Juice e volta agora em nome próprio com VINCENT. O cantor e multi-instrumentista parisiense revela hoje o seu segundo álbum de estúdio, um convite à sua intimidade caseira, ainda mais melancólico, mas também com mais profundidade na arte de embalar com melodias suaves de vários espectros e palavras ocasionais — o piano fala mais alto, sempre.
[XXXTentacion] LOOK AT ME: THE ALBUM
A par do anúncio do documentário sobre a vida de XXXTentacion, chega-nos agora um álbum póstumo em forma de compilação: LOOK AT ME: THE ALBUM reúne uma série de faixas espalhadas pela discografia do falecido rapper (com espaço, ainda, para “True Love”, tema repescado do alinhamento de DONDA 2, de Kanye West), ele que durante a sua tragicamente curta carreira mostrou ser um dos artistas mais adorados pela nova geração de fãs de hip hop.
[Zanshin] In Any Case By Any Chance
O mais recente disco de Zanshin tem tudo para agarrar quem o espreita logo à primeira vista — a começar pela capa, uma estética que já é apanágio dos seus projectos. In Any Case By Any Chance é aliança entre variações de house e funk (sem se ficar por aí…), do mais vibrante que se pode esperar do DJ austríaco. Cada faixa corresponde a cada universo paralelo com ligação directa para qualquer pista de dança que se atreva a espalhar estas batidas descontroladas.
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