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De momento entre alguns festivais veraneanos — o ReB tem-se feito representar pelo NOS Alive, Julho é de Jazz, Guarda In Jazz, Ovar Festa, Matosinhos em Jazz e Jazz no Parque —, a nossa equipa não deixa de parar para respirar e escutar aquilo que os mais recentes lançamentos têm a oferecer ao nosso aparelho auditivo. Hoje foi um final de semana bem composto, com muitos discos dignos de destaque, dos quais destacamos meia dúzia nesta peça.
Se, ao contrário de nós, não vos vai faltar tempo livre ao longo dos próximos dias, podem ainda mergulhar mais a fundo nas propostas que chegaram através de artistas e bandas como Melífluo (ao Vivo no GrETUA), Idelsa (Geminiana), WIU (Vagabundo de Luxo), Juicy J & Xavier Wulf (Memphis Zoo), Zacari (Bliss), Brijean (Macro), Tink (Winter’s Diary 5), Salute (True Magic), AntsLive (Real Life), $NOT (Viceroy), Artemas (yustyna), Rema (HEIS), Bashy (Being Poor Is Expensive), BERWYN (WHO AM I), Cat Burns (early twenties), Future Utopia (Django’s High), ORB (Tailem Bend), Tech N9ne (COSM), Joe Goddard (Harmonics), Mas Aya (Coming and Going), toe (Now I See The Light) e BLP KOSHER (Scarecrow).
[Common & Pete Rock] The Auditorium Vol. 1
Está finalmente cá fora. The Auditroium Vol. 1 é o resultado de uma colaboração entre dois pesos-pesados do hip hop que andava há algum tempo a ser antecipada na imprensa e nas redes sociais e, ao que tudo indica, marca o início de uma série de lançamentos provenientes desta parceria, que junta o rapper Common ao produtor Pete Rock. Rap maduro e sonicamente influenciado pelas décadas de 80 e 90 — a chamada golden age do género musical nascido em Nova Iorque — é o que podem encontrar dentro deste LP de 15 faixas, pelas quais passam também as vozes de convidados como Posdnuos ou Bilal.
[Action Bronson] JOHANN SEBASTIAN BACHLAVA THE DOCTOR
Dois anos depois de Cocodrillo Turbo, Action Bronson auto-intitula-se JOHANN SEBASTIAN BACHLAVA THE DOCTOR no seu 8º álbum a solo, o primeiro editado pela sua própria Baklava Industries. São 11 temas do mais puro braggadocious que se mistura com referências a wrestling, gaming e, claro, comida, uma das grandes paixões do rapper nascido no nova-iorquino bairro de Queens. Daringer, The Alchemist e o próprio Action Bronson assumem a produção deste trabalho, que conta ainda com contributos ao nível das rimas por parte de Meyhem Lauren ou Larry June.
[Eminem] The Death of Slim Shady (Coup de Grâce)
Mestre na arte de pensar e disparar rimas, muitas vezes apontado como sendo o melhor MC de todos os tempos, Eminem ofereceu hoje um novo trabalho aos seus fãs. The Death of Slim Shady (Coup de Grâce) é em muito parecido aos seus antecessores: as letras meticulosas, os jogos fonéticos e os flows são irrepreensíveis como sempre, mas nunca deixa de estar presente aquele amargo de boca pela sua constante luta anti-woke (que inclui ofensas à comunidade LGBTQI+) ou pelos instrumentais com sabor a algo datado, principalmente aqueles que criados por si mesmo em conjunto com o habitual colaborador Rui Resto, que muitas das vezes parecem apenas upgrades aos beats nos quais já ouvimos Eminem rimar há 20 anos atrás. Tiramos-lhe o chapéu e apontamos-lhe o dedo em igual medida ao longo de um generoso LP com pouco mais de uma hora de duração e no qual estão creditados nomes como Dr. Dre, Big Sean, Dem Jointz, DJ Premier ou 2 Chainz.
[Clairo] Charm
A pop indie tem motivos para celebrar hoje. A cantautora Clairo acaba de lançar o seu terceiro álbum e desta vez vem acompanhada pelo multi-instrumentista Leon Michels, ele que dirige a banda El Michels Affair, fez parte de Sharon Jones & The Dap-Kings e já trabalhou com artistas como Jay-Z, Amy Winehouse ou Black Thought. O aveludado rock de Clairo ganha assim contornos de groove adicionais por entre as suas 11 canções, que recuperam uma estética vintage através da utilização de instrumentos como o Wurlitzer ou o Mellotron.
[Remi Wolf] Big Ideas
Remi Wolf está a ficar crescida e a maturidade trouxe-lhe Big Ideas. Ao segundo longa-duração, a artista californiana deixa cair aquele lado mais descontraído e gozão que lhe caracterizou o arranque da carreira e atira-se a assuntos mais sérios, mas sem largar as equações de soul e funk que resolvem todos os seus problemas musicais. A norte-americana NPR descreve perfeitamente Big Ideas como sendo uma obra que “mistura melodias enérgicas com letras que vos vão querer fazer chorar” e nela cabem temas dançantes, como “Pitiful” e “Slay Bitch”, e outros mais introspectivos ou melancólicos, como “Motorcycle” e “Just The Start”.
[KUČKA] Can You Hear Me Dreaming?
Também a hyperpop pode festejar ao dia de hoje, não tivesse Laura Jane Lowther rubricado o lançamento do seu segundo álbum pela Lucky Me. A cantora e produtora australiana que responde por KUČKA não se cansa de fazer experiências com a pop em ambientes de electrónica e já tinha deixado boas indicações na estreia em Wrestling, que saiu em 2021, já depois de uma jornada que a levou a colaborar de forma discreta com gente como Vince Staples, Flume, SOPHIE ou Fetty Wap. Há laivos de garage, bass music, R&B e até grime por entre o alinhamento deste LP repleto de cintilantes sintetizadores.
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