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Texto: ReB Team
Fotografia: Alexander Richter
Publicado a: 26/03/2021

Que comprimido vão tomar -- o vermelho ou o azul?

Sexta-feira farta: novos trabalhos de Armand Hammer & The Alchemist, serpentwithfeet ou STR4TA

Texto: ReB Team
Fotografia: Alexander Richter
Publicado a: 26/03/2021

A contemplação invade a selecção desta semana, principalmente através dos discos de Pharoah Sanders & Floating Points e Clark, duas viagens que exigem a emancipação do espírito em relação ao corpo. Para lá disso, há um encontro muito esperado entre os Armand Hammer e Alchemist, as histórias de amor de serpentwithfeet, o revivalismo dos STR4TA e a alma cinematográfica de El Michels Affair.



[Armand Hammer & The Alchemist] Haram

Na curiosa soirée dos Armand Hammer com o produtor Alchemist, a iguaria são cabeças decepadas de porco… OK. A música não segue a premissa visual ensanguentada: não clama, é o espaço negativo e luminoso por onde os rappers billy woods e E L U C I D continuam a poetar — um álbum que plana, seguro e ecléctico e sem fronteiras nem seguranças. Earl Sweatshirt e Quelle Chris são dois dos convidados.



[serpentwithfeet] DEACON

Depois de falar sobre corações partidos em registos anteriores, serpentwithfeet encontrou consolo em amar e ser amado por homens negros — e é isso que é reflectido em DEACON, o sucessor de soil (2018), que também se inspirou no r&b de Janet Jackson e Brandy. NAO, cantora britânica, é a única participação registada nos créditos.



[STR4TA] Aspects

O radialista e divulgador Gilles Peterson e o músico Jean-Paul “Bluey” Maunick formam os STR4TA, dupla que canalizou a energia da cena brit-funk do início dos anos 80 neste Aspects. Uma amizade antiga que continua a dar frutos (e dos bons, diga-se…).



[El Michels Affair] Yeti Season

Entre a Índia e a Turquia, Yeti Season é a banda sonora para um filme imaginado por Leon Michels, o “cabecilha” da banda El Michels Affair. Mais do que os lugares anteriormente mencionados, o importante é o sentimento que é transparecido em cada música. Pesado, mas esperançoso.



[Floating Points, Pharoah Sanders & The London Symphony Orchestra] Promises

Promises é uma obra de quietude e movimento. Em cada “Movement” que a compõe, Floating Points e Pharaoh Sanders arquitectam um lamento ou uma ponderação, a agitação sempre exponencial até definhar – não por fraqueza, mas pela clarividência de entender o essencial e afundar o ornato. A soma do conjunto é um disco que parece ter sempre existido. Cada movimento é mínimo, um tablado para a dança livre do respeito mútuo entre um pensador electrónico-musical, um saxofonista de primeiríssima água (e que – spoiler alert – usa mais do que um instrumento), e a London Symphony Orchestra na sua sempre fina forma.



[Clark] Playground In A Lake

Electrónica de lado, laivos de neoclássico para a frente. Confrontado pela iminente catástrofe ambiental que temos nas mãos, Clark imagina o que seria a experiência do último humano na terra neste Playground In A Lake. Aqui, o futuro não é risonho…

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