O livro Severa1820 vai estar em evidência na próxima sessão do ciclo “Práticas de Leitura”, que acontece a 29 de Março, pelas 18h30, no Teatro do Bairro Alto, em Lisboa.
“Quem é Severa?” é o mote para uma conversa “sobre a herança africana de Lisboa, o fado, a cidade de hoje e a imagem que dela se tem”, conduzida por Paulo Lima, antropólogo que olha para o património cultural como um espaço de intervenção política e ética; José Moças, especialista no estudo, recuperação e edição de fontes históricas de música; e o fotógrafo documental Augusto Brázio.
Severa1820, editado pela Tradisom, retrata a história de Maria Severa Onofriana, nascida a 26 de Julho de 1820, no coração de Lisboa, filha de pai cigano e com raízes africanas. É à mulher que inspirou a novela A Severa, de Júlio Dantas, que se atribui a popularização do fado enquanto cantiga tradicional portuguesa — hoje, património cultural imaterial da Unesco.
A obra ganhou forma como primeiro grande testemunho palpável da vida desta cantadeira da Mouraria a partir de um ensaio fotográfico de Augusto Brázio, que teve em vista ilustrar um rasto de exclusão (da segregação à prostituição) herdado por Maria Severa, desde Ponte de Sor — terra de sua mãe — à capital portuguesa, onde viveu até aos 26 anos, idade em que a tuberculose lhe ceifou a vida. É sobre essa herança, que tem tanto de bom como de mau, que a tertúlia passa no TBA no final deste mês.
A entrada para o evento é livre, mediante a lotação da sala, e os bilhetes podem ser levantados (no máximo, dois por pessoa) no próprio dia a partir das 15 horas.