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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 29/01/2019

Scratchers Anónimos: a arte de arranhar discos em 6 palavras

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 29/01/2019

Os Scratchers Anónimos vão comemorar o seu sexto aniversário no Tokyo, em Lisboa, e na companhia dos DJs Maskarilha e John Player Special. O evento está marcado para este sábado, dia 2 de Fevereiro, a partir das 23 horas.

DJ Ki, Camboja Selecta e DJ Ketzal têm sido dos nomes mais pro-activos na cena turntablism nacional, promovendo os meetings entre praticantes através das Open Scratch Jams, nos Anjos 70, a competição com as SA Battles e a aprendizagem com os workshops que contam com a sua supervisão — o próximo curso arranca já a 9 de Fevereiro na Companhia Olga Roriz.

Para antecipar a próxima grande festa e o novo workshop que se avizinha, os Scratchers Anónimos deram-nos seis palavras cruciais para entender a arte do scratch.



[DISCIPLINA]

“O DJing, e em especial o scratch, necessitam de treino regular e estruturado. A fase inicial da aprendizagem pode ser dura e repetitiva. Nesta fase é importante persistência, assiduidade e capacidade auto-crítica. A boa notícia é que o esforço compensa, e as primeiras sessões em que começamos a sentir um real controlo no scratch são inesquecíveis.”

[RITMO]

“O domínio dos ritmos é a base de um bom DJ, seja na mistura, onde o respeito pela estrutura rítmica é essencial para que os sons casem na perfeição, ou no scratch e no turntablism, onde o aperfeiçoamento dos ritmos mais complexos é a chave para a criação das grandes rotinas.”

[MUSICALIDADE]

“O scratch é uma forma de musicalidade. O uso das técnicas de scratch tornam o gira-discos num instrumento musical e permite ao DJ exprimir a sua própria musicalidade. Aqui, é essencial a constante exploração de novos sons, o sair da zona de conforto e o estímulo da criatividade. O ‘ah’ e o ‘fresh’ são de facto excelentes utensílios para o scratch mas nunca nos devemos esquecer que qualquer som existente pode ser riscado.”

[PERSONALIDADE]

“O simples facto de ser DJ de scratch é uma afirmação de personalidade. Contudo, a procura da nossa própria identidade enquanto ‘scratcher’ faz-se através do desenvolvimento de uma ‘linguagem’ própria. Dois DJs podem executar a mesma técnica e soarem completamente diferentes: o fraseamento, as acentuações, o flow, etc. Desenvolver uma sonoridade própria é um sinal de maturidade e uma forma de afirmação.”

[TÉCNICA]

“Uma das pedras basilares do DJ de scratch é a constante busca por novas técnicas, de forma a enriquecer o seu vocabulário, e o aperfeiçoamento na dicção das que compõem o seu discurso actual. A disciplina de treino da qual falámos anteriormente nunca deve desaparecer e as recompensas desta nunca se esgotarão. Scratch é também competitividade e auto-superação, um exercício prático em como colher os frutos do trabalho e crescer enquanto músico e pessoa.”

[LIBERDADE]

“Com tudo isto em mente, scratch é acima de tudo liberdade. Liberdade de se exprimir através da música e do flow. Não existem regras no que toca às nossas escolhas. Qualquer som de qualquer género pode ser riscado, e não nos devemos prender a nada, é assim que as coisas evoluem e é esse o espírito do scratch: quebrar barreiras. Assim nasceu a nossa arte, quando Grand Wizard Theodore se lembrou de usar os pratos para aquilo que não era suposto.”


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