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Publicado a: 16/07/2016

SBSR: o “passado no futuro” dos Orelha Negra

Publicado a: 16/07/2016

[TEXTO] Alexandre Ribeiro [FOTOS] Hélder White

 

O hip hop vestiu-se de gala para receber Kendrick Lamar no MEO Arena, mas antes outros nomes contribuiram para tornar este dia ainda mais memorável.

Slow J deu o pontapé de saída na jornada com a elegância já reconhecida – o report mais aprofundado sairá amanhã -, Mike El Nite, que também será alvo de atenção mais detalhada do ReB amanhã, continuou a festa no Palco Antena 3 e os Orelha Negra assumiram ser o “passado no futuro” – a estocada final antes de podermos ouvir os clássicos De La Soul.

 


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O hip hop em Portugal vive uma das melhores fases de sempre? Sim, sem dúvida. Uma banda instrumental como os Orelha Negra podem fazer uma actuação memorável num MEO Arena com casa cheia? Certamente. Sam The Kid, DJ Cruzfader, Fred Ferreira, João Gomes e Francisco Rebelo há muito que não deixam dúvidas sobre a sua relevância na história do hip hop que se faz em Portugal e ver a maior sala do país a recebê-los de forma efusiva terá sido certamente um motivo de orgulho para quem acredita que se está a abrir uma nova página no universo musical português.

 


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Sem vocalistas, os “cinco magníficos” fizeram o que só eles sabem: pontualidade britânica no ritmo e sagacidade na compreensão do passado, presente e futuro. “Hotline Bling” de Drake e “Otis” de Kanye West e Jay-Z foram duas das canções que celebraram um passado recente, mesclando-as com pedaços de músicas que parecem sair da cave mais poeirenta onde o R&B e a soul vivem um casamento bastante feliz. A música portuguesa não foi esquecida e também se ouviu “Canal 115” de Valete, Bónus e Adamastor, por exemplo.

 


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Os Orelha Negra viram o disco e a música subitamente parece outra: as originais já conhecidas do novo álbum começam a soar nas colunas do antigo Pavilhão Atlântico. “A Sombra” e “22:14” são tudo aquilo que um verdadeiro amante de música pode apreciar: música sem catálogo possível, encaixando-se tão bem no hip hop como no rock. A plateia estava conquistada e as novas músicas serviram para, mais uma vez, atestarmos que groove, ritmo e sensibilidade musical estão entranhados no ADN da banda.

 


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E o passado dos Orelha Negra? Também foi celebrado, como não poderia deixar de ser. “M.I.R.I.A.M.” e “Throwback” são agora parte da história do universo musical português e o público reagiu em conformidade com esse reconhecimento. Antes de De La Soul, o hip hop nacional passou nas provas todas com nota máxima e os Orelha Negra foram os melhores alunos neste exame para um júri – neste caso o público –  que parece habituar-se à ideia que o hip hop não é, definitivamente, apenas uma moda.

 


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