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Publicado a: 19/10/2015

SaiR: o neo-funk da Invicta que conquistou os EUA

Publicado a: 19/10/2015

[TEXTO/ENTREVISTA] Catarina Craveiro [FOTO] Direitos Reservados

 

SaiR, produtor do Porto que se balança entre entre os universos neo-funk, jazz e boogie de abordagem cósmica, prepara-se para lançar em Novembro o EP Over com chancela da norte-americana Omega Supreme Records, editora de Portland responsável por carimbar compilações funk moderno de artistas como Sasac e Brian Ellis, entre outros.

As faixas foram desenhadas entre a complexidade melódica do jazz e o ritmo quente das linhas de baixo do funk. Também os sintetizadores e os instrumentos acústicos têm um papel de relevo. Ruben Allen, nome próprio, tentou dar um toque orgânico ao seu trabalho, como se houvesse uma banda a guiá-lo pelo trabalho criativo.

Com toques de um Dâm-Funk tuga, SaiR explicou ao Rimas e Batidas que faz sentido um lançamento do EP em vinil nos Estados Unidos porque a cultura funk no país tem um lugar ao Sol e a projecção será numa escala muito mais significativa.

Para já, o artista não planeia mostrar-se ao mundo num formato live já que é no estúdio onde se sente realmente confortável. Contudo, as produções já extrapolaram os limites do seu estúdio, partilhadas que foram com artistas como PZ, Cavaliers of Fun e Swinging Rabbits.

O Rimas e Batidas falou com Ruben Allen sobre este novo projecto e ficámos a conhecer um pouco melhor este ilustre Dâm-Funk-to-be da cena nacional.

 


[O EP OVER]

“Este é o meu primeiro trabalho a ser lançado em vinil e com razões para assim o ser. Há um ano sentei-me para ouvir e pensar sobre os trabalhos que tinha editado até à altura – um EP e um álbum através de outra editora. À medida que as faixas iam avançando senti o desconforto da vontade de mudar alguma coisa em todas elas; senti que poderia ter feito mais e foi aí que percebi que precisava de escrever um conjunto de músicas que, na minha visão, fosse perfeita e profundamente pensado e equilibrado. E assim foi, compus as faixas do EP e gravei-as todas ao longo do último ano. Creio que consegui o queria, encontro um equilíbrio em todas as faixas, tanto individualmente como num todo. Agora sim, acho que está na altura de ter isto “firmado” em vinil.”

 

[ORGÂNICA SONORA]

Deste EP podem esperar, acima de tudo, boa disposição acompanhada pela complexidade melódica do jazz e o ritmo quente das linhas de baixo do funk. Os sintetizadores têm sempre o papel principal no meu trabalho, mas neste caso existe também uma grande exploração de instrumentos mais acústicos como a guitarra e o baixo que trazem uma sensação mais orgânica às musicas. Instrumentos como violinos e metais também estão presentes. Este EP passa a sensação que foi gravado por uma banda em vez de um produtor individual, acho engraçado esse conceito.”


 


[O FORMATO 12′]

“O formato físico, particularmente o vinil, muda a forma do ouvinte escutar a música e a própria música ganha com isso. O ser humano precisa de ver e sentir as coisas para criar uma ligação com elas e isso não existe no mundo digital. O cheiro da capa de cartão, o ruído da agulha pousada na cera do vinil abdicam de adjectivos. O lançamento vai ser feito inicialmente nos Estados Unidos porque a editora Omega Supreme Records é de Portland e tem facilidade na distribuição directa nas grandes lojas de discos do país, especialmente em cidades como Los Angeles e Nova Iorque. Além disso, por lá, a cultura funk é fortíssima, a projecção é muito maior. De qualquer forma, terei acesso a algumas cópias que serão distribuídas para venda em algumas lojas no Porto e Lisboa, além de uma série de cópias promocionais que já foram requisitadas para algumas estações de rádio em Paris, Londres e Berlim. Está nos planos distribuir em lojas europeias no futuro, claro.”

 

[A OMEGA SUPREME RECORDS]

Fui contactado há uns meses pelo fundador da Omega Supreme Records a dizer que lhe tinham recomendado o meu trabalho e automaticamente teve o interesse em lançar um projecto da minha autoria. A Omega Supreme Records tem uma relação de longa data com a FatBeats, a produção é toda feita por eles e muitas vendas online acontecem também através deles. Têm um forte nome no mercado do vinil e muitos DJs e coleccionadores usam a plataforma da FatBeats para obter discos e para se manterem actualizados quanto a novos lançamentos. A Omega Supreme pode quase ser considerada um colectivo especializado em artistas funk e, hoje em dia, quem gosta do estilo certamente conhece este nome.”

 

[INSPIRAÇÕES]

“Há mesmo muitos artistas que me inspiram, a maioria é quase desconhecida. Mas salientando os que mais facilmente serão identificados, nomeio bandas e artistas da década de 70, propulsores do funk como Brass Construction, Bar Kays, Ohio Players, Roger Troutman e, obviamente, George Clinton.”

 

[ESTÚDIO VS LIVE]

“Sinto-me mais à-vontade em estúdio, não tenho ambição de expor o meu trabalho num formato live. Apesar de receber frequentemente convites para actuar, tendo a recusar e, de qualquer formma nunca pensei em como o poderia fazer. Para já não faz parte dos planos.”

 

 

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