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[TEXTO] Alexandre Ribeiro [FOTOS] Direitos Reservados
Licensed To Ill, álbum de estreia dos Beastie Boys, foi um vigoroso exemplo pioneiro de miscigenação entre hip hop, rock e punk no universo mainstream e, passados 30 anos do seu lançamento, é reeditado em vinil. 15 de Novembro de 1986 é, para muitos, a data que marca a primeira invasão do rap enquanto força-motriz da indústria musical – foi o primeiro álbum hip hop de sempre a ser número um no Billboard 200 Chart. O ReB foi falar com artistas, divulgadores culturais e jornalistas sobre a importância do disco nas suas vidas.
Rocky Marsiano é um nome importante quando queremos compreender a história do hip hop nacional: Os Micro fizeram parte dos pioneiros e D-Mars, nome com o qual assinava rimas, era um dos seus membros. O ReB esteve à conversa com MC/produtor e fez um rewind até à primeira vez que ouviu Beastie Boys: “A primeira vez que ouvi o Licensed To Ill não foi o álbum todo, claro. Foi o single “You Gotta Fight”. Acho que tinha 12 ou 13 anos e, depois de passar um verão em Portugal – acho que foi o verão de ‘90 –, comprei uma cassete no centro comercial. Lembro-me muito bem porque era um centro comercial old school na Avenida de Liberdade. Era uma cassete que tinha vários temas de rap e um deles era o dos Beastie Boys. Depois vi no Yo! MTV Raps – que na altura era diário – pela primeira vez o vídeo. Nunca me vou esquecer. Era uma coisa muito diferente a nível de vídeo de tudo o resto que se estava a fazer na altura.”
Punk, rock e hip hop em uníssono numa banda pronta a conquistar o mundo. “As barreiras, além de ter sido a primeira banda, juntamente com os Run DMC, a conseguir abranger vários públicos ao mesmo tempo. Musicalmente, os Beastie Boys fizeram muitas experiências nesse primeiro álbum a nível de sampling. Temos lá samples de vários tipos. No single mais importante fez-se uma experiência com rock, mas, ao mesmo tempo, temos samples de War, uma das bandas latino-americanas mais influentes da altura”, contou Rocky ao ReB.
Assumindo que não é o fã mais devoto da banda, o artista reconhece a autenticidade: “Sempre respeitei o som deles porque é muito particular. A principal influência que retiro é a originalidade. Teres o teu som único e próprio. E só assim é que consegues ser diferente dos outros e construir uma verdadeira carreira que dure mais de 15 ou 20 anos.” E Rocky não poderia estar mais acertado. É por isso que, passados 30 anos, ainda estamos a falar sobre um trio que virou o mainstream do avesso…
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