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Publicado a: 28/11/2016

Riça: “Queria um título que definisse o que este disco tem para dizer”

Publicado a: 28/11/2016

[FOTO] Mestria

 

Riça editou ontem o seu EP  de estreia, Bicho com mau gosto, com o selo da Microfome. O trabalho está disponível para audição no YouTube.

Tendo já apresentado alguns sons soltos, o rapper de Gandra, Paredes, junta, pela primeira vez, 8 faixas para criar o primeiro projecto estruturado. Riça esteve à conversa com o ReB e explicou porque se vê como um Bicho com mau gosto: “Pá, o nome do EP acabou por ser um pesadelo e só o decidi mesmo na fase final. No fundo, queria um título que definisse o que este disco tem para dizer. Uma das músicas, ‘Frio em Agosto’, acaba por ser aquela que melhor representa quem eu sou e é também dela que vem essa expressão ‘bicho com mau gosto’. É como um mote para te incentivar a seres como queres ser e não como os outros querem que sejas.”

 



O processo criativo, que passou muito pela actividade solitária, teve ainda assim pontuais auxílios exteriores que lhe permitiram chegar ao que queria, com participações de ExtremistaLazy, Kass, Antiq ou DJ SirCyber.

“A maior parte das letras foram escritas à base do metrónomo ou loops de ritmos básicos. Estava a tentar perceber qual seria o flow, a velocidade, mesmo até a temática. Só quando cheguei à fase de ir para estúdio e assim, é que comecei a sondar beats. Aquele a que achei mais piada foi o do ‘Frio em Agosto’. Na altura, tinham-me apresentado o Extremista. Pedi-lhe para me mandar a página de SoundCloud e, quando dou com aquele beat, comecei simplesmente a rimar por cima dele. Tudo encaixou na perfeição: o feeling, a estrutura, as paragens, o refrão. Foi mesmo daquelas coincidências engraçadas… O beat da ‘Frustrados’, que é do Lazy, foi a mesma cena: fui ao SoundCloud dele, ouvi aquele beat e tudo encaixou. O da ‘Às voltas’ também é do Lazy, mas foi mais um desafio de sonoplastia. Eu já tinha a letra escrita, mas acabei por mudar algumas coisas mediante aquilo que ele me mostrou. Esta música, por acaso, era para ser um acapella, mas achei que iria ter outra vida se tivesse essas ilustrações com sons. O beat da ‘Monolito’ é do Antiq (Microfome) e foi aquele que teve um processo mais comum: ele passou-me o beat, saquei-lhe uma temática e escrevi para ele. Foi também o instrumental que mais dores de cabeça nos deu por causa de alguns problemas no loop das drums e do sample.”

 



Ainda na ressaca deste novo trabalho, Riça olha para a frente e revela os planos que tem para o futuro: “Para já, curtia focar-me em divulgar o trabalho da forma mais pessoal que conseguir, perceber bem o feedback que vou tendo e, com base nisso, pensar na edição física – curtia fazer um CD duplo, dum lado o disco final, do outro as maquetas ranhosas dos sons (risos). Só depois é que vou pensar no concerto de apresentação do disco. De tudo, isso será para mim a parte mais importante deste processo. É lá que vou poder ter tempo para acrescentar algo a estas músicas.”

A capa ficou a cargo de Mariana Malhão e a masterização por conta de José “Kap” Poças. Podem ouvir o álbum na íntegra em baixo:

 


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