Na semana que vem, Riáh apresenta-se ao vivo em Portugal pela primeira vez. Socorro (26 de Junho, no Porto), Fábrica do Braço de Prata (dia 27, Lisboa) e SMUP (dia 28, na Parede) são as salas que acolhem esta digressão apoiada pela Funcultura, edital do Governo de Pernambuco, Brasil.
Com quase três décadas de carreira, a artista pernambucana, criada no seio do povo Xukuru Ororubá, estreou-se em disco há um para de anos com Retinta, onde combina pop global com ritmos regionais brasileiros numa ode visceral à ancestralidade negra e indígena, reflectida na cor retinta — o vermelho profundo do sangue derramado na terra. Riáh transforma essa herança em música com uma paleta sonora que cruza o violão com o baixo sintetizado e a bateria com os samples.
Em Fevereiro passado, a cantora deu uma nova vida à música contida em Retinta através da partilha de um longo acompanhamento visual no YouTube. São quase 30 minutos de filme que evocam o lado sensorial e ritualístico da sua arte, gravados no Teatro Experimental de Arte (TEA), em Caruaru. O projecto transforma o palco num território sagrado, onde a tecnologia — como projecções, hologramas, animações e inteligência artificial — se mistura com a espiritualidade indígena Xukuru Ororubá para criar um portal audiovisual.
Nesta sua passagem pelo nosso país, Riáh aposta numa melhor acessibilidade à sua arte através da inclusão de intérpretes de Língua Gestual Portuguesa, que estarão presentes nos concertos de Lisboa e Parede.