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Publicado a: 24/03/2016

Relatório anual da RIAA mostra melhorias no mercado do vinil comparativamente ao streaming gratuito

Publicado a: 24/03/2016

[TEXTO] Gonçalo Oliveira [FOTO] Direitos Reservados

A Associação da Industria Musical Americana – RIAA – mostrou recentemente o seu relatório que retrata o consumo musical e as devidas receitas dentro dos Estados Unidos da América no ano de 2015. Mais uma vez, o vinil ultrapassou os números gerados pela música ouvida através de serviços de streaming gratuito como o YouTube, o VEVO ou a versão não-paga do Spotify, plataformas que geram receitas através de publicidade. De 2014 para 2015, as receitas das vendas de música impressa em vinil – descartando o formato single – aumentaram 32,2%, atingindo o valor de 416,2 milhões de dólares. Já o streaming gratuito, no mesmo intervalo de tempo, subiu 30,6% no valor das suas receitas, atingindo os 385,1 milhões de dólares.

O caso só muda de figura quando o streaming pago por subscrição entra nas contas. De todas as formas possíveis de comercializar a música, este foi o ramo que sofreu uma alteração mais significativa. Dos 7,7 milhões de subscritores pagantes, em plataformas como a Apple Music ou o Spotify Premium, registados em 2014, passámos a ter agora 10,8 milhões de pessoas a pagar por um serviço de streaming, registando um aumento de 40,2%. Sendo que as receitas desses serviços pagos no mesmo intervalo de tempo vão de 800,1 milhões de dólares para os 1,2189 milhões. Registando, assim, um aumento de 52,3%.

A diferença, à primeira vista, parece apontar para o streaming como sendo a alternativa mais viável a nível de retorno. Mas se avaliarmos os números de vendas de vinil vs. número de plays em streaming, rapidamente concluímos que os artistas e editoras estão a receber cada vez menos no mercado do streaming comparativamente à venda do vinil. Se recorrermos ao relatório anual da Nielsen Music podemos reparar que o número de streams aumentou em flecha quando comparado ao aumento das receitas desse tipo de serviço. Se dividirmos o número de receitas pelo número de plays vemos que o valor pago por play desceu de 0,0067$ (2014) para 0,005$ (2015), uma descida de 24%. O vinil, fazendo as mesmas contas, oferece um valor médio de 24,6$ por unidade vendida. O que mostra o grande impacto que a famosa rodela preta está a conseguir alcançar numa altura em que se julgaria estar já perto da sua extinção. Algo que poderá continuar a acontecer nos próximos anos, ainda para mais com a evolução da tecnologia que oferece ao vinil actual uma qualidade de som superior à dos seus antepassados.

Analisando o resto das informações cedidas pela RIAA podemos ver que o comércio do CD continua com alguma saúde, embora apresente uma descida considerável de 2014 para 2015. Também os downloads pagos (álbuns e singles) continuam a apresentar bons números apesar da pequena descida no mesmo intervalo de tempo. Os dois, juntos, geram quase 4 mil milhões de dólares em receitas anuais.

Concluímos, assim, que o vinil está a voltar a assumir um papel cada vez mais importante com o passar do anos, apesar do domínio do comércio digital (stream + download) que representa a maior fatia do bolo com 68,3% do mercado musical.

 


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