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Publicado a: 22/02/2018

Reflect: “Estas lutas interiores sempre me incendiaram a inspiração”

Publicado a: 22/02/2018

[FOTO] Direito Reservados

“Barco de Papel” é o novo single de Reflect. O instrumental é da autoria de Dezman e o vídeo, gravado na Costa Vicentina, é realizado pelo próprio artista, que teve o auxílio de Laura Abel, Rafael Correia (Gijoe), Joana Gomes (Camille Leon), Mariana VS, Tiago Pacheco e Rui Abel.

“Eu Fico Bem” marcou o início de “um novo livro” que, segundo Pedro Pinto, não tem (ainda) data para ser terminado. Neste segundo capítulo, o fundador da Kimahera contou com a preciosa ajuda de Dezman e John Hart para chegar à versão final da canção.

 



Este “Barco de Papel” é o primeiro capítulo de um novo “livro”?

Esse novo “livro” começou a ser escrito na “Eu Fico Bem”, há um ano, por isso estamos perante o segundo capítulo.
O vídeo e o teaser foram feitos como uma só narrativa, mas dividi-a para poder antecipar a ligação ao final do single anterior. “Barco de Papel” é a continuação dessa viagem que convido quem me ouve a fazer. Para já, não tenho planeada nenhuma edição, mas estes mais recentes singles já estão a ser lançados com esse objectivo, a seu tempo. Depois de ter estado envolvido em vários grandes álbuns ao longo dos últimos anos, está a saber-me muito bem voltar à fórmula inicial de trabalhar música a música. Foi assim que comecei até chegar ao Último Acto e é assim que me sinto bem neste momento, porque consigo investir muito mais tempo e energia em cada single.

Fala-nos do tema: continuas a lidar com questões interiores muito fundas…

Sempre. Porque estas lutas interiores sempre me incendiaram a inspiração. Num tempo em que cada vez menos é a emoção a conduzir a criação, continuo a vincar essa folha porque acredito que é desse fundo que nasce a mudança que sempre almejei com a minha arte. Não quero fazer nada à superfície que o vento possa levar. Estou cá para partir a linha do tempo e eternizar esta minha perspectiva, a cada abordagem que torne música. Um cubo e um barco de papel só são o que são até alguém plantar neles vida. É essa vida — inspirada na minha — que deixo. Para que outros fundos se sintam tocados. Para que a música faça sentido ao ser sentida na individualidade de cada um.

Quanto à “ficha” da música que nos podes dizer: autorias do beat, da gravação e mistura, do vídeo?

Como sempre, comigo tudo começa num beat. Como muitas vezes, esse beat é do Dezman. Veio dele a faísca que me fez ficar fechado umas quantas noites no estúdio a escrever, gravar, editar, misturar e masterizar o que viria a chamar-se “Barco de Papel”. Depois de ter mostrado ao Dezman o que tinha feito com o beat dele, ele respondeu-me com uma versão do beat ainda mais forte que intensificou a mensagem que eu quis deixar nesta música. Com a ajuda dele e do João Mestre (John Harth), chegámos à versão final. Em termos visuais, comecei por escolher um cenário pela sua imponência e beleza: a Costa Vicentina. Depois convidei a equipa que me ajudara no vídeo anterior para passar um fim-de-semana comigo em Aljezur, para que pudéssemos passar para imagem a ideia que eu tinha para este tema. Essa visão só ganhou forma porque tenho a sorte de ter ao meu lado a Laura Abel que, para além de toda a sensibilidade artística que tem, possui também a dose de paciência necessária para me ajudar a arrumar o turbilhão de ideias na minha mente. Graças ao Rafael Correia (Gijoe), à Joana Gomes (Camille Leon), à Mariana VS, ao Tiago Pacheco e ao Rui Abel, foi possível filmar tudo em dois dias. Depois fechei-me na Kimahera a editar o vídeo com a Laura ao meu lado e conseguimos. “Barco de Papel” saiu com um grande videoclipe e sem eles isso seria impossível. Obrigado.

Sentes que hoje a Kimahera — e o Algarve — estão menos isolados no sul, mais próximos do centro desta cultura?

Continuo a sentir que a Kimahera e o Algarve ainda não tem a expressão que merecem ter nesta cultura. Continuamos a ter imensos artistas com qualidade que não têm o merecido reconhecimento à escala nacional. E continuamos a trabalhar todos os dias para prová-lo, desde 2005.

Que nos podes adiantar sobre o calendário de 2018, para ti mesmo como artista e para a editora que ajudas a dirigir?

No meu caso, não tenho nenhum lançamento previsto, mas se a inspiração e o beat certo se cruzarem, ouvirão novidades minhas. Em relação à Kimahera, temos tido muitos lançamentos e continuamos com um orgulhoso ritmo de trabalho que nos tem permitido dar-vos música com mais regularidade, mantendo a qualidade de sempre:

– Estou a terminar o álbum da Russa com lançamento previsto para o próximo mês;
– O Gijoe e o Perigo Público estão a trabalhar na segunda parte do 1991, que também está para breve;
– Espero que a Carolina Fonson comece a trabalhar num projecto seu;
– O John Harth vai continuar a gravar para o seu projecto de estreia;
– Esperem também por novidades do RealPunch;
– E temos o nosso grupo de dança OMG Family da Mariana Rodrigues a competir a nível nacional.

 

 


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