De Lizzo a Kevin Abstract, o hip hop vai invadir o Queer Lisboa – Festival Internacional de Cinema Queer. Este sábado, dia 28 de Setembro, pelas 18h30, o jornalista musical Nuno Galopim e Marcelo Ventura apresentam na sala 2 do Cinema São Jorge um conjunto de videoclipes que expressa a emancipação da cultura LGBTQI+ pelo rap, bounce e outros estilos.
A sessão, com entrada livre, é apresentada por Ventura como um olhar “para algumas vozes actuais do hip hop“ que espelham a identidade queer. São “percursos que chegam sobretudo dos Estados Unidos, mas que passam pela América Latina e Portugal, e são forma de debate, reflexão e exaltação de identidade.”
Há, desde cedo, um aviso aos epilépticos: o nome que abre a mostra de telediscos é Mykki Blanco, rapper da Califórnia e residente em Portugal, com o estimulante “Loner”. Como prova o vídeo que se segue na lista, em que colabora com Brooke Candy e as Pussy Riot, essa não é a excepção, mas a regra — naquela que é uma exibição de material transgressivo, desafiador, como reforço do pendor experimental que fez nascer o hip hop no final dos anos 70, agora reajustado e expurgado da hipermasculinidade e da intolerância.
A melancolia de Kevin Abstract (“Empty”) coexiste com a auto-estima de Princess Nokia(“Tomboy”), o grito de Ipiranga de Azealia Banks (“212”) une-se à celebração de Big Freedia com Lizzo (“Karaoke”) e o feminismo de Capicua (“Maria Capaz”). Estão ainda disponíveis os trabalhos dos nova-iorquinos Boody e Le1f, o veterano Murs que vem de Los Angeles, o rapper do Illinois Big Dipper, e — por último, mas não menos importante — Miss Bolivia, vinda de Buenos Aires.
O convite está feito para “uma celebração das culturas negra e latina de uma perspectiva que faz dançar o mundo, derrubando etiquetas com a força do ritmo e com a eficácia do verbo”.