Depois de anos a ser reclamada pela indústria musical portuguesa uma plataforma oficial que apoiasse os esforços de exportação da nossa música, nasceu, em 2019, a
Portugal Muito Maior, operação conduzida pelo músico João Gil (ligado, ao longo dos anos, a históricos projectos da música portuguesa como Trovante ou Ala dos Namorados) que pretende ser uma base e um ponto de encontro de toda a música nacional. Incluindo o hip hop.
Em declarações ao Rimas e Batidas, Gil revela um apelo à comunidade artística hip hop nacional: “A Portugal Muito Maior está a construir uma base de dados muito vasta, em que todos os artistas podem e devem inscrever-se, incluindo, pois claro, os de hip hop, pois assim terão igualmente algo a dizer num esforço colectivo de ligação dos nossos consideráveis recursos artísticos, tanto dentro como fora do país”.
“Portugal é muito maior do que se pensa”, defende ainda João Gil, coordenador de missão da plataforma que pretende, muito literalmente, colocar o nosso país, a sua língua e cultura, nas bocas do mundo. Uma resolução do Conselho de Ministros do presente Governo (a nº50/2018) colocou em marcha o projecto Portugal Muito Maior, estrutura apoiada em verbas do Instituo de Camões criada para defender um muito específico conjunto de encargos, entre eles, e, de acordo com a resolução já citada, “contribuir para a projecção internacional de Portugal através da projecção internacional da sua música e dos seus músicos”.
A missão a que a plataforma Portugal Muito Maior se propõe tem vários objectivos definidos que procurarão potenciar a riqueza musical nacional em toda a sua pluralidade e, ao mesmo tempo, estabelecer uma rede verdadeiramente global em que músicos, agentes, promotores, managers ou editores possam cruzar conhecimentos e experiências partindo da cultura e da identidade comuns para expandirem carreiras e públicos, mercados e territórios.
“Acredito no impacto internacional desta ideia”, explica João Gil. “Há muitos portugueses espalhados pelo mundo, muitos deles preocupados em transmitirem aos seus descendentes a sua própria cultura de raiz, defendendo assim a sua própria cultura. Se Portugal for capaz de comunicar com todos eles será, de facto, muito maior”.
Para cumprir a sua designada missão, a Portugal Muito Maior quer não apenas reunir numa plataforma online um exaustivo “inventário dos músicos profissionais portugueses e dos grupos e associações culturais com dimensão musical que tenham actividade regular no estrangeiro e, em particular, junto das comunidades portuguesas”, como estabelecido em Conselho de Ministros, mas também “criar e gerir uma plataforma digital (…) que preserve e divulgue, incluindo através da constituição de uma rádio online, esse inventário e que facilite a comunicação e cooperação entre os músicos e grupos inventariados, assim promovendo o seu trabalho em rede e a sua projecção nacional e internacional”; e ainda, e uma vez mais segundo a resolução oficial, “apoiar (…) a organização e realização de digressões, residências artísticas, espectáculos e outras formas de apresentação pública de tais músicos e grupos, assim permitindo a obtenção de ganhos de escala na promoção das formas e agentes musicais da diáspora portuguesa”.
Ao Rimas e Batidas João Gil refere ainda que o hip hop, “como parte importante deste presente vibrante da música portuguesa”, poderá e deverá ter um espaço importante dentro da ideia do Portugal Muito Maior: “quero por isso motivar os artistas a inscreverem-se, encontrando lugar numa realidade que ultrapassa em muito as nossas fronteiras”.
A comunidade Portugal Muito Maior pode ser encontrada
aqui.
O objetivo essencial da plataforma Portugal Muito Maior é a valorização da música portuguesa e a promoção da sua internacionalização.
