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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 27/06/2022

A explorar uma nova divisão.

Pité sobre Planta: “A grande novidade para mim foi a interacção com a parte menos electrónica da música”

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 27/06/2022

Ouvimos Pité (anteriormente conhecido como Skillaz) em Macacos do Chinês e depois em MGDRV, mas também em faixas de outros como RIOT (“AONADÊ“), Agir (“Nada“), Bateu Matou (“Bandido“) e Janeiro (“Desapego“). No entanto, a curta-metragem Planta mostra-o pela primeira vez num novo registo, mais próximo do jazz do que nunca, muito por culpa de Zé Maria (Pimenta Caseira), director musical e pianista — Del Dos Anjos (na bateria), Diogo Alexis (no contrabaixo), Iuri Oliveira (na percussão) e David Gomes & Débora Oliveira (nos coros), nomes que completam o elenco ao serviço de um rapper em constante metamorfose.

E como chegámos a este registo? Miguel Pité explica tudo em quatro respostas dadas em conversa com o Rimas e Batidas. Podem ver o resultado final na RTP Play.



Escolheste uma forma pouco ortodoxa de te estrear a solo. Como é que surgiu a ideia de fazer este projecto?

A ideia é pouco ortodoxa porque é um reflexo dos tempos que vivemos, especialmente nos últimos dois anos. Antes de pandemias e confinamentos tinha alguns planos, mas em tempos imprevisíveis tudo se altera. Para mim foi na verdade algo muito positivo. É raro o artista que depois de alguns anos a trabalhar pode (e se permite) ser completamente livre na sua criação ou nos trâmites em que pretende lançar a sua obra. Essa liberdade foi também a origem deste projecto. Eu e o Zé Maria estávamos a criar muita música em conjunto, fechados no nosso mundo, e foi exactamente desse diálogo musical que surgiu a ideia ambiciosa de fazer este filme.

Experimentaste muita coisa com MGDRV e Macacos do Chinês, mas se calhar é a primeira vez que te ouvimos a aproximar de uma maneira tão evidente das imediações do jazz. Que indicações deste ao Zé Maria? Havia algum tipo de bandas que tivesses como referência ou um tipo de som que tivesses na tua cabeça?

Na verdade, a aproximação ao jazz não foi verbalizada nem uma única vez neste processo, isto é, não era uma directriz a seguir. O ADN musical do Zé acaba por trazer essa sonoridade e por isso acabou por ser mais ele a dar-me indicações do que o contrário. Nos meus projectos sempre tive uma componente enorme de fusão, eu ouço tudo, eu provo tudo, vejo tudo e serei assim até morrer. A grande novidade para mim foi, sem dúvida, a interacção com a parte menos electrónica da música, trabalhei com músicos incríveis e senti-me como uma criança numa loja de doces.

Em termos práticos, Planta vai traduzir-se no quê: isto vai sair nos serviços de streaming? Vamos ter concertos a solo de Pité? Que planos tens, se tens alguns?

Sim, sem dúvida que tenho bastantes planos. Para já vamos continuar a divulgar o filme e tentar fazer com que chegue ao maior número de pessoas. Em segundo, tenho o meu EP que estou a concluir e do qual deverei lançar dois singles para breve. As versões presentes no filme ainda não tenho a certeza se irão sair em formato de áudio, mas a sair será só daqui a algum tempo. Quanto a concertos, quero muito tocar até porque imagino a energia que algo como este projecto pode ter ao vivo, aliás, no dia em que gravámos, o público não sabia para o que ia e isso tornou a sua reacção ainda melhor.

Para quem detesta tanto a frase “no meu tempo é que era”, que música deste tempo é que anda a mexer realmente contigo?

A frase é mais para o velho do Restelo, para aqueles cujo o carimbo de pioneiro serve para perpetuar qualidade eterna e para aqueles que não dão chance à mudança. No que toca a música deste tempo, tenho ouvido muita coisa: Dave, Novelist, Rosalía, Mall Grab, Kendrick [Lamar]… a lista continua.


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