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Publicado a: 19/07/2017

Phoenix RDC e SP Deville: Encontro de gigantes no remix de “Longe”

Publicado a: 19/07/2017

[FOTO] Direitos Reservados

Phoenix RDC remisturou “Longe” de SP Deville e colocou um novo verso numa das grandes canções de 2017. O remix serve como antecipação para American Express e Black Gipsy, os álbuns que o MC da Linha da Azambuja e o multifacetado artista da FamilliBizno, respectivamente, estão a preparar para lançar ainda este ano.

A relação entre os artistas não é de agora: Caos, álbum de estreia de Phoenix RDC, contava com a participação de Pedro Sousa. O rapper de Vialonga conta como é que começou a seguir o ex-Makongo: “Conheci o SP há muitos anos quando estava na Footmovin. Ele gravou a música da banda sonora do Crime do Padre Amaro  e, na altura que ele caiu de pára-quedas no rap tuga, veio com uma cena mais fresh e beats mais americanizados. Não era fã e via-o apenas como um adversário à altura para mim. Consumo todos os meus adversários com objectivo de absorver o que o artista tem de bom. Já trabalhei com ele no Caos e foi muito bom. Na verdade são estes os artistas da minha geração e estou grato por trabalhar com SP, Regula, Valete, o NGA. Acho que só falta mesmo gravar com o Sam The Kid dentro do ciclo dos moicanos com os quais mais me identifico.”

SP acrescenta: “Primeira vez que ouvi a cena do Phoenix, já há muitos anos, e notei logo algo diferente. Na escrita, na delivery, a atitude nos sons e no palco: ele é simplesmente uma beast. Não me esqueço que há uns 10 anos houve um evento de pessoal angolano no Sabor Brasil, no Vasco da Gama, e, supostamente, uma festa de hip hop, mas só tocava kizomba. Chegou a nossa altura SP & Wilson, os Junior Mafia e também o rapper Bad News. Decidimos que, em vez de cantar os nossos temas, fazer um freestyle todos juntos e deitámos a casa abaixo num local muito improvável. Até que um dia, em 2014, estávamos a trabalhar cada um nos seus álbuns a solo. Eu já tinha adoptado a minha faceta mais dark e ele convidou-me para entrar no seu disco como MC. Disse-me: ‘P, o pessoal só te quer a cantar r&b, eu quero-te a cuspir mano, poucos percebem o que tu fazes e como o fazes, Curto muito a cena vamos bulir’. E manda-me 2 trabalhos dele. Eu vi e ouvi aquilo e pensei para mim, ‘Dammmn damn dammn!’ Esse gajo vem do futuro, só pode. Fizemos um tema, ‘Trajectória’ do álbum Caos, para o álbum dele. Foi umas das letras que tive mais prazer de escrever e participar. Tive um feedback muito bom do tema, que só me motivou a fazer mais. Mais tarde, ele também dropou umas bars nuns beats meus, sempre impecável.”

 



Sobre a criação do remix, Phoenix é peremptório na resposta: “A oportunidade surgiu pelo facto de eu sentir a faixa ‘Longe’ como uma despedida. Dói ver artistas com bastante potencial serem esmagados por MCs podres que nem sabem cuspir, tudo porque estão com os melhores agentes e editoras. Parecendo que não, essa máquina manipuladora é a pólvora dos podres artistas.”

Pedro Sousa, um dos “vilões” do rap nacional, revela a alegria ao ouvir a remistura: “Há uns dias convidei-o para entrar num novo trabalho meu e ele disse me, ‘envia-me beats para ouvir’. No dia a seguir, ele envia-me o ‘Longe’ e diz-me ‘SP, mano, i’m sorry mas foi o que saiu. Tinha que falar foi o que saiu..’ Eu não sabia o que esperar quando ouvi o tema e soltei um grito enorme, até o gato assustou-se (risos) e fiquei parecia um puto. Sou fã do Phoenix mesmo a sério e disse-lhe isso há uns tempos, cara-a-cara: ‘tu assustas um gajo, fazes um gajo puxar pela cabeça pela escrita, pelo flow, many thanks (risos). É bom saber que há pessoal que não tem medo de pôr para fora, de expressar desta forma o que sentem. É mais que uma honra ter um colega um fellow rapper, perceber exactamente o que me veio à cabeça certas vezes, mas não há coragem de dizer.”

Em Maio deste ano, Alexandre Ribeiro assinou um ponto-de-vista sobre SP Deville. Podem ler um excerto em baixo:

“Depois de trabalhar com tantos nomes e em formatos tão diferentes, o álbum de estreia a solo editado foi uma autêntica bomba que comprovou a sua vitalidade e maturidade musical, algo obtido através da experiência variada, mas também daquele brilho a mais que separa os grandes dos soberbos.”

 


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