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Jota trocou o cérebro por circuitos, o coração por um motor velho e amputou o braço em troca de um semelhante artificial feito de ferro, já enferrujado. Pedro, o Mau, por sua vez, coloca o MC da Marinha Grande numa paisagem de máquinas antigas, onde as notas musicais são arrancadas à força e saem já gastas e meio desafinadas dada a fricção dos parafusos a roçar nas porcas, já avermelhadas da oxidação dos materiais. Esquecidos numa qualquer fábrica abandonada, a brincar aos cirurgiões com componentes à muito tempo descontinuados. Construindo-se um ao outro, peça a peça, até atingirem um modelo final, para que possam, ambos, brincar aos humanos.
A imagem que nos vem à cabeça é a de um C-3PO na sua fase beta, ainda despido de carcaça, trabalhado manualmente por um pequeno e humilde Anakin, sonhador, numa tentativa de tornar a vida mais fácil à sua mãe.
“O MEU NOVO BRAÇO DE FERRO” são meras confissões de um protótipo que procura ainda afirmar-se neste mundo. Completamente lúcido e já com a perfeita noção do bem e do mal, vive uma vida comandada à distância por um qualquer ser superior, que o mantém viciado em doses de óleo. E sabe que, por não ter vontade própria, nunca vai ser mais do que um mero braço de ferro, que nem para braço serve.
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