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Chama-se Para Sempre (ou até que o mundo acabe) e é um álbum de instrumentais que Ace, histórico rapper dos Mind da Gap que também trilhou uma carreira a solo, lançou esta semana em exclusivo para os coleccionadores que decidirem comprar o disco.
Nas redes sociais e no comunicado enviado à imprensa, o músico de Vila Nova de Gaia descreve o projecto como uma “peça digital” e, em simultâneo, uma “acção de solidariedade”, uma vez que a compra contribui para a “solução de situações na vida pessoal do artista”.
“Depois de ter acreditado em demasiadas situações que não dependem exclusivamente de mim e do meu esforço, cheguei aqui”, partilhou nas suas redes. “O ‘aqui’ é um ‘sítio’ no qual eu aceitei partilhar alguma fragilidade, despir o meu ‘fato de super herói’ e expor a vulnerabilidade da minha vida pessoal. O ‘aqui’ é um ‘local’ a partir do qual vejo como todos os outros escolhem interagir comigo. O ‘aqui’ é uma situação que me obrigou a tomar esta decisão: vender este meu álbum instrumental num regime de donativos e permitir que cada um possa ajudar-me com o valor que entender. Um álbum especial, que só vai ser ouvido por quem o adquiriu, não vai estar disponível em nenhuma plataforma de divulgação.”
Quem fizer uma doação a partir dos 5€, recebe o disco com uma capa numerada e uma certidão digital. Depois de se fazer a transferência para o IBAN PT50 0033 0000 0000 5417 9961 9 — cujo nome na conta é o de Nuno Manuel Dias Carneiro, ou seja, Ace — deve-se preencher o formulário com os dados necessários, para que o artista proceda ao envio do álbum.
Em declarações ao Rimas e Batidas, Ace acrescenta que foi a “desilusão” que o levou a este projecto. “E a sobrevivência levou-me à escolha de vender desta forma.”
O rapper e produtor, com carreira oficialmente iniciada em 1993, descreve Para Sempre (ou até que o mundo acabe) como um “álbum de instrumentais hip hop”, com “beats que podiam muito bem ter uns raps ‘em cima’”. “Os beats soam a Gourmet Beatz, portanto, diria que na linha do que tenho feito.”
“Escolhi os beats da minha (extensa) base de dados para encaixarem na ideia que tinha para o projecto, ideia essa que é algo não traduzível em palavras, é uma espécie de estado emocional. Usei alguns samples de voz para tentar expressar, materializar essa ideia ao máximo. Quis criar uma espécie de narrativa que acredito não seja muito fácil de entender para quem não me conhecer pessoalmente e com proximidade. Mas quem me conhece bem e já ouviu, percebeu essa intenção de narrativa. Tendo sido recolhidos da base de dados, os beats foram moldados (seja com a estrutura, acrescento ou subtracção de elementos) de forma a encaixarem na minha ideia de narrativa ou viagem instrumental”, conta Ace.
Sobre o título do projecto, Ace sublinha que o seu amor pela música e a sua vontade de continuar a criar são Para Sempre (ou até que o mundo acabe). “Ao contrário, segundo me parece, das possibilidades que possa vir a ter de o fazer. E isto é também o estado emocional que levou ao álbum.”
Já este sábado, 13 de Dezembro, a partir das 17 horas, Ace vai estar a passar música num DJ set na Musa das Virtudes, no Porto.
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