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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 08/05/2025

As palavras na razão de fazer um palco.

Outros espaços são lugar #01: Hotelier de Paula Lopes

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 08/05/2025

Na rubrica Outros espaços são lugar vamos dar a conhecer salas menos comuns, onde a razão maior é procurar outra forma de programar, pensar e divulgar a música. Tudo isso no discurso directo por quem proporciona essa existência. Tentando revelar as motivações, as ousadias e, no fundo, amplificar as palavras que chamam à música. 

No arranque fomos conhecer um espaço hoje fundamental na cidade do Porto. O Hotelier está à presente data à beirinha de atingir o número 100 de concertos programados, num inusitado palco a que resolveu chamar piscina. Conversámos com Paula Lopes, mentora e programadora do Hotelier.



O Hotelier é hoje um espaço incontornável no circuito de concertos, diria que bem mais que só no Porto. Podemos começar pela tua ideia inicial? Isto foi um sonho que tiveste? Como é que se começa por montar um espaço num cidade onde parece haver tanta oferta? Se calhar não é tanto assim. Hoje o que é uma ideia mais que justificada deve ter sido uma utopia posta em práctica, não?

Eu confesso que isto não era sonho nenhum [pausa reflectiva]. Quero dizer, tenho vários sonhos… mas quando eu comprei isto [um piso rés-do-chão de um prédio na Anselmo Braamcamp, no Bonfim, no Porto] era essencialmente para colocar as minhas tralhas, porque eu ia mudar de casa. Precisava de colocar as minhas mobílias. E foi um espaço que foi meio híbrido, para trabalhar e isso. Mas eu acho que todo o processo foi natural. Começaram a aparecer outras coisas… Inicialmente queria fazer disto um estúdio para alugar a turistas. Comprei isto em 2016, e estava a trabalhar na Miss’Opo, não tinha tempo nenhum. 

[Nota da Redacção: Miss’Opo foi um restaurante no Porto, gerido pela Paula, e que se anunciava assim mesmo: “Tem paredes de cimento que falam na língua do giz. As loiças e o mobiliário são frequentemente motivo de conversa. Parecem pequenos tesouros com história que chegam pelas mãos das respigadoras. A micro-cozinha é a gaiola de onde fogem pratos raros. A gastronomia é portuguesa e mestiça, servida em pequenos pratos para degustação e partilha – é sempre melhor comer acompanhado. Todos os dias a ementa muda. De quando em vez, muda-se o chef para variar o palato. Há sempre música no ar e, às quintas, monta-se um DJ sobre a mesa. As sobremesas, elas mesmas, são caseiras.”]

Depois fui ficando chateada, e em 2019 já estava completamente farta do turismo. Da forma como o turismo estava relacionado com a cidade — era mau. E pensei: “Não, não vou fazer nada disso. Não vou fazer mais um apartamento para receber turistas aqui — nem pensar, não.” Então ficou mais ou menos ciente que ia utilizar isto como o meu atelier. E depois foram aparecendo naturalmente coisas. Eu não programei nada, embora tivesse muitas ideias. Queria fazer aqui uma rádio online. Tinha uma ideia de fazer uma cozinha semi-profissional. E tudo isso foi surgindo mediante as necessidades. Fui fazendo e desenvolvendo projectos aqui. Por exemplo, a cozinha foi surgindo — surgiu em 2020 com a pandemia. Em Janeiro de 2020 eu sai da Miss’Opo e depois, em Março, rebentou a pandemia e pensei: “Já estou com saudades de cozinhar.” E então decido construir uma cozinha, que começou assim meio precária na altura. E fiz um projecto social. Fazia geralmente dois tachos de comida (geralmente vegana) e ia entregar à Igreja do Marquês que eles distribuíam. E foi muito fixe, foram dois anos em que estive a fazer isso. Primeiro uma vez por semana, a que fui acrescentando mais amigos. Outros amigos depois vinham cá fazer isso em dias diferentes — chamava-se “O Economia”. E tudo também com o aparecimento do “Fruta Feia” em 2020. Eu tinha os excedente disso e aproveitei tudo isso — era um ciclo.

Então o início do Hotelier não era de todo relacionado com música.

Sim, eu já tinha feito aqui alguns concertos, com o João Pais Filipe e o Jorge Queijo. Isso em 2018, e depois em 2019 tive aqui o Ian Gordon e nessa altura surge o nome Hotelier. 

Esse nome é bonito.

Esse nome veio também porque eu queria fazer disto um atelier e alugar a turistas.

Mas era um turismo na ressaca daquele que já estavas farta como referias.

Sim, sim era um outro turismo. Mas depois a ideia surgiu bem melhor, no sentido de que isto é um hotel de cultura. 

O nome Hotelier tanto nos remete para uma ideia de hot como para hotel, em ambas possibilidades em contracção com a ideia de atelier artístico — isto é onde se ousa fazer, experimentar, onde se produz peças de arte. É esse o sentido do nome?

É isso, é. Mas talvez mesmo em 2018 o nome estivesse já definido. Em 2020 aconteceu tudo, a programação regular, de concertos. A primeira programação a sério foi a do Pedro Melo Alves e a Inês Malheiro.

Estamos na Rua Anselmo Braamcamp, onde se situa o Hotelier, e esta zona, esta rua da cidade do Porto, tem uma certa raíz cultural. Faz sentido que isto aconteça aqui. Fora da rota, digamos, da glorificação do turismo, mesmo que o cultural, que o há de facto. Um sítio certo num lugar certo, é isso?

Sim, tem isso. Eu não queria estar no centro, de todo. Queria estar numa rua mais calma. Eu já tinha morado aqui, antes de começar a Miss’Opo. Tinha morado em casa de uma amiga e então adorei esta rua. Apaixonei-me por esta rua porque era realmente tipo uma aldeia, mas que está no espaço urbano. As pessoas diziam-me: “Ah, estás do outro lado, estás longe, estás do outro lado”. 

Mas há também esta ideia de que quando vai acontecendo algo de bom, as pessoas percorrem o caminho para lá chegar, não é?

Sim, sim e isso é o que eu gosto. Não é preciso estar no centro da confusão para te fazeres notar. Foi até isso que me fez sair da Miss’Opo. Mesmo tendo sido um projecto muito interessante, que não existia nada assim quando apareceu em 2011 — nem sequer turismo existia na altura aqui. No primeiro ano do restaurante tivemos que fechar porque não havia turismo de todo, não havia. Aquela altura, em Agosto, a cidade era fantasma. E saí da Miss’Opo porque depois já era mais uma, mais uma coisa. Estava casa cheia como estavam todos os outros restaurantes. E depois não queria trabalhar para o turismo. Sou uma pessoa criativa, e estava ali cingida. Não era propriamente o que queria fazer.

Podemos focar um bocado mais na música. Nestes anos de actividade o Hotelier está à beirinha do concerto #100? Reconhecimento ao olhar até aqui ou sentido de compromisso para fazer o que ainda não foi feito?

Sim, é mais um estímulo. Não sinto qualquer obrigação nisto, muito pelo contrário — é um prazer. É um prazer conhecer malta relacionada com a música. Eu não tenho nada a ver com a música, sou designer e artista. Mas gosto de música, sempre gostei.

É um dos grandes alimentos na vida.

Sim, é impossível viver sem. Ainda bem que existe música, que é uma das coisas que te altera o teu estado de espírito assim…

Fala-nos um pouco sobre esta ideia de concertos numa piscina, que não tem água, mas que é azul e que acaba por ser uma piscina imaginada. Onde até damos mergulhos, na música.

Sim, a ideia surgiu essencialmente porque eu não sabia nadar na altura [risos de ambos]. E então, numa piscina seca eu saberia nadar, não é? E foi assim, é verdade. Isto é um projecto artístico. Irónico, bastante irónico, sobre a falta de água também. Depois aproveitei para fazer programação. Aproveitei no sentido do nome Hotelier. Como tem “hotel” no nome e como havia esse fascínio pelas piscinas. Qualquer bom hotel tem de ter piscina. Porque não? Tinha de ter uma piscina.

Porque a vida anterior neste espaço era…

Ui, foi muita coisa. Foi um atelier de marionetas, foi uma oficina de motas, foi um centro de confecção. Foi algumas mais coisas que nem sequer sei, mas nunca teve nada a ver com piscina. As pessoas perguntam: “Isto já foi uma piscina”. E eu: “Não!”

Portanto aqui a piscina é música?

A piscina é música, mas pode ser tudo. 

O Hotelier não se esgota nos concertos da piscina, embora seja talvez isso que mais se tem destacado na programação. Podemos falar no além da piscina, também do outro ciclo de música que aqui tem lugar — “Cloro” [um ciclo de concertos na piscina que explora o mundo da música ambiente]. E depois, como é feita a ligação a todo resto da vida que aqui acontece?

A piscina é um sitio, é um receptáculo que recebe coisas. Mas essencialmente tem recebido muita música, sim. No ciclo “Cloro”, o nome é meu e tal, mas a programação é do Louis Wilkinson, mas pode também ser do João Soares, pode ser do Carlos Milhazes (que por acaso nunca fez).

O Carlos que já programou algumas sessões de cinema.

Sim, já apresentou algumas sessões de cinema. Mas ele ajuda-me bastante. Às vezes diz-me que tem um músico que… “Podes recebe-lo e não sei que mais?” “Claro!” Há pessoas que eu nem questiono. Pessoas como o Carlos [que está à frente da loja Matéria Prima], que me propõem nomes, eu digo: “Óptimo!”

Mas esta curadoria é claramente selectiva. Quais são as linhas vermelhas, ou melhor, os critérios de que não abres mão no momento de escolha de quem vem tocar?

São sempre os músicos que vêm ter comigo, praticamente. O único que não foi assim foi o Gabriel Ferrandini. Fui eu que andei atrás dele [para o “concerto na piscina” #93, em Abril, em que tocou com Bruno Silva]. De resto foi tudo músicos que vieram ter comigo ou pessoas que me sugerem. No inicio foi muito assim, como o Paulo Vinhas, o Carlos Milhazes, o João Soares, o Louis, a Inês, o Pedro Melo Alves. 

Parte deles, como músicos, foram os primeiros nadadores desta piscina.

Exactamente.

A Ece Canlı foi uma das primeiras que tocou aqui.

A Ece tocou, mas não foi num dos “concertos na piscina”. Foi num festival da Lovers & Lollypops, acho eu [foi a 13 de Junho de 2019, aquando do seu primeiro álbum Vox Flora, Vox Fauna].

Na altura a Lovers & Lollypops ainda nem tinha o seu espaço de concertos, que tem hoje. 

Sim, mas tenho tido muita ajuda, de muita gente conhecedora de música. E depois é muito do palavra-passa-palavra. A publicidade [do programa] funciona também muito por aí, neste contexto.



São mais as bandas e artistas que batem à porta ou é a tua procura que tem de facto um papel primordial nos nomes que são programados? Quais os teus critérios para aceitar quem toca?

É muito intuição, é daquilo que eu gosto. Mas às vezes há coisas que eu posso não gostar muito e tal, mas que aceitou porque quero surpreender, obviamente. Porque estes “concertos na piscina” são o que eu quero — surpresa. É isso que gosto, de ser surpreendida. Quero conhecer. A maior parte dos projectos que me chegam não conheço e é uma forma imediata de passar a conhecer.

Consegues ter uma noção aproximada da quantidade de nomes que fizeram a sua estreia em Portugal numa actuação do Hotelier? Temos a ideia que é elevado. Parece-te que isso se deve mais a uma atenção bem cuidada ao mais emergente da tua parte ou à falta de espaços e ousadia de outros lugares e programadores, acabando o Hotlier por ter esse espaço do risco e onde por mais vezes se pode ouvir o novo como um assumido propósito?

É! E é incrível isso. E às vezes surge esta pergunta: “Soubeste do Hotelier como? Têm tocado pessoas que vêm de todo o mundo.” E eles: “Ah, foram amigos, colegas, toda a gente me falou muito bem do Hotelier”. É uma cena muito boa. Eu gosto muito dessa publicidade [entre os músicos], desse passa-a-palavra. Significa que existe qualquer coisa aqui, existe sumo. Qualquer coisa boa ali [aponta para a piscina].

E há uma honestidade, diria, não comercial com a bilheteira, entre o Hotelier e os músicos. O pagamento para o acesso a cada concerto é na base de um donativo, partindo de um valor mínimo, mas em que a totalidade do valor é para os músicos.

Sim, desde o inicio foi sempre assim. 

Parece ideal, mas como se pagam os gastos de manutenção deste palco a funcionar — ou melhor, desta piscina? 

Não é fácil, mas também não é difícil. Primeiro passa pela boa vontade e do querer. Eu quero realmente ajudar. Quero promover e divulgar. E porque eu gosto. Também estou aqui a ver concertos à borla, em boa verdade [sorrisos]. É muito bom, é importante. E é assim, eu não consigo dar um cachet. Eu [Hotelier] não tenho nenhum apoio, portanto… No início era um bocado complicado, porque vinha pouca gente, não tinha este movimento que tem agora. Mas as pessoas [músicos] aceitavam isso porque era uma coisa honesta. Depois eu faço aquilo que faço para ganhar algum, é com o jantar e as bebidas. Não são a preços caros, também não são como na Sonoscopia, a preços de tasca [risos].

Mas claro, a Sonoscopia é uma estrutura como associação. Como é no caso do Hotelier?

Eu não sou uma associação. Mas tenho outros trabalhos…

E continuas a investir aqui…

Eu depois… eu reutilizo tudo. Sou boa a reutilizar. Gosto disso, quer no meu trabalho artístico, quer na cozinha, em tudo — tudo é reutilizado. É depois daí é que vem algum retorno. 

Nos tempos da reclusão imposta, tanto artistas como programadores e todo o universo das artes recorreu a uma estratégia de sobrevivência, e ainda foram bastantes, com concertos em que a fruição era feita à distância. Parece que se andou a arriscar com algo muito sério. Isto é, na ideia de que se todos acabávamos por nos acomodar no usufruir da música em concerto dessa maneira empobrecedora e aparentemente confortável ao ver um concerto em casa e não fora. Contudo parece ter ficado claro para todos que a música quer-se sobre esse risco do palco e de frente ao público. Ainda bem… Sentiste algo assim como curadora de um espaço de concertos?

Fizemos alguns concertos assim aqui também, na medida do possível, como conseguimos, e depois com as distâncias e não sei mais o quê. Mas claro, no início ninguém sabia e estávamos renitentes. Num “fazemos ou não fazemos?” Houve ainda alguns cancelamentos. Eu vi a pandemia com algum… como hei-de dizer… 

Esperança?

Sim. Esperança que houvesse alguma mudança, sim. E para mim até foi bom, confesso. Eu não conseguia parar e parei. Foi muito importante. Se não tivesse acontecido aquilo… Eu já estava aqui no Hotelier num ritmo como estava antigamente e para mim foi muito bom. Não houve nenhum drama, nem na minha família nem nos meus amigos nem nada disso. Houve muitos dramas, obviamente, mas… Eu achei que essa coisa que nos aconteceu, que parou o mundo, que fosse…

Uma reflexão?

Sim, um momento de reflexão, e que as pessoas pudessem mudar um bocadinho algumas coisas que não estavam muito fixes. Pronto, mas depois voltou tudo mais ou menos ao mesmo, não é? E depois talvez houve um bocadinho de reflexão e algumas coisas que mudaram para melhor, mas pronto…

Mas ainda bem que voltámos aos concertos presenciais.

Sim, sim. 

Mas pensando no exemplo do cinema — num algo que vem até depois do embate da pandemia —, a ideia de que podes usufruir de igual forma ou melhor de um cinema em casa do que em sala tornou-se efectiva e norma. Não tanto assim no caso da música e dos concertos. E percebemos isso, não é a mesma coisa.

Não, não. E as pessoas viram isso e queriam estar era com a realidade. Foi bom para isso, para se dar algum valor àquilo que parecia banal. Em relação ao que parecia um dado adquirido e afinal não o é. 

Em conversas com alguns frequentadores do Hotelier, é comum dizerem que muitas vezes vêm mesmo sem saber o que vão ouvir. Isso é algo paralelo àquela ideia de uma editora que nos habituou ao que lança, dentro de uma autoria coerente com o selo. Consegues no Hotelier oferecer essa identidade? E como a definirias com um tipo de música?

Pois… É assim, aqui é música independente, é musica… nada comercial, de todo — isso não existe.

Se não, não existia este tipo de bilheteira… [risos]

Também não existia este tipo de bilheteira, não. Mas eu acho que as pessoas já sabem que vêm ver coisas realmente diferentes. Também há bastante informação, há o site do Hotelier — é útil. Para aquelas pessoas mesmo interessadas, vão pesquisar. Mas depois acho que se construiu aqui um espaço alternativo que de facto as pessoas confiam. Sim, sabem que há vezes que é melhor, outras é pior. Para umas aquilo não é tão interessante, para outras é. Os gostos são variáveis, dependem de cada pessoa. 

E já tiveste vontade de gravar alguns concertos e pensar até num selo editorial próprio ou associares-te a uma editora para propor uma série dedicada a alguns concertos do Hotelier?

Sim, já. Por exemplo, o Paulo Vinhas está-me sempre a dizer: “Porque é que tu não gravas os concertos? Depois podíamos passar isso…” E já houve assim algumas propostas. Óbvio, mas eu faço quase tudo quase, o Ricardo [Lopes, cúmplice e ceramista como a Paula] ajuda-me nos concertos, na parte técnica do som e assim. Mas eu faço tudo o resto praticamente sozinha, desde a comunicação com os músicos, até à organização, cozinhar, fazer o design dos cartazes e a promoção dos concertos, e obviamente que isso é tudo muito difícil. Geralmente faço um concerto por semana, às vezes dois, como no caso da semana passada. E este Abril vai ser um pouco assim. Há muita insistência de muitas pessoas que vêm ao Porto e querem actuar aqui. E insistem, insistem… O ano passado estava com uma vida maluca — dois concertos por semana, e então, este ano, decidi: “Não. Vai ser um concerto por semana.” Mas quando eu falo com a Sonoscopia, eles comentam: “Mas tu és maluca, um por semana? Tu és tola, um por semana? Como é que é possível?” Eu acho que consigo, embora sozinha. Embora não dê para fazer tudo… O que eu faço já é quase sobre-humano. Mas eu sou muito activa [sorrisos].

Como encaras o futuro mais próximo como curadora de um espaço que está nas franjas, tanto estéticas da música como no modo como a proporciona fazer acontecer? Num modo de existir ousado, frágil e incerto? Como é que vês o amanhã?

Não faço ideia. Não tenho… Não gosto muito de fazer… Por exemplo, há pessoas que marcam concertos por um ano. Eu não sou capaz. Eu marco, no máximo, com três meses de avanço. As pessoas insistem: “Para o ano e tal”. Eu sei lá, para o ano posso não estar a fazer isto. Eu sou livre. Gosto muito de pensar que faço o que eu quiser. Faço só aquilo que eu quero, se for com muito prazer. Continuo a fazer isto porque tenho muito prazer. De resto, não faço muitos planos, embora tenha bastantes planos e ideias. Ainda não coloquei de todo de lado a cena da radio aqui, mas as coisas têm que surgir naturalmente.

Tem de haver um fluxo.

Sim, não serei eu a fazer. Isso pode trazer alguém para o fazer, se alguém estiver interessado — ok!

Isto é um espaço colaborativo. O Hotelier está aberto?

Está aberto. Eu gosto de desafios, estou sempre pronta para desafios. Venham cenas fixes e eu aceito, e pessoas boas.


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