Osémio Boémio assinou recentemente pela Universal Music Portugal e “Survivors” é o primeiro resultado dessa ligação. Fínix MG e Nicholas são os rappers de serviço no tema que também tem dedo de Dvre no instrumental e de benji price na mistura e masterização.
Parte da equipa de produção da agora extinta Think Music, o produtor estabeleceu uma frutuosa relação com o autor de Robert Johnson nos últimos anos, tendo contribuído para faixas como “Guara”, “Purpp”, “Milly Rock” e “Com Work”.
O seu prolífico trabalho estendeu-se ainda a músicas de outros como ProfJam (“Yabba”), Sippinpurpp (“Tudo Pago”), Pika (“50” e “Dexan”), Vácuo (“Intro do Cão” e “Por aí”), $TAG ONE (“Yakuza”), xtinto (“Opus Magnu”) ou prettieboyjohnson (“spaceship”).
Falámos com Osémio sobre esta nova fase da sua carreira:
Este é o teu primeiro single depois de assinares pela Universal. Como é que a editora surge no teu caminho e de que forma é que recebeste o convite?
Este contacto foi inesperado. Durante o primeiro confinamento recebi um telefonema da parte da Universal a mostrar interesse numa faixa que tenho com um artista da casa, que por acaso ainda não saiu mas ainda este ano será lançada. Depois disso continuámos a manter o contacto e este ano começou a haver um interesse de ambas as partes em fazer mais e melhor. Comecei por mostrar alguns artistas com potencial que, na minha opinião, podem vir a ser grandes artistas e, mais tarde, a Universal mostrou interesse em saber quais os meus planos como produtor. Depois de várias conversas e trocas de ideias, surgiu a oportunidade de um contrato e, como é óbvio, aceitei.
Convidas o Fínix e o Nicholas para esta estreia. Fala-nos sobre o processo de criação da faixa.
Esta faixa começou no estúdio. Estava a mostrar beats ao Fínix e a tentar fazer com que ele rimasse em beats de drill. Depois de ouvir vários beats, pediu-me para lhe mandar este para tentar escrever algo. Passado uns dias, ele mandou me uma demo a perguntar o que eu achava e eu fiquei super contente porque achei mesmo que que faixa tinha potencial. Continuámos a trocar umas ideias sobre o som e chegámos a conclusão que a faixa era pequena porque ele tinha feito o refrão e apenas um verso. Passado algum tempo sugeri-lhe o Nicholas para o feat, achei boa ideia porque tenho uma boa relação com ele. Eles são da mesma zona, gostam da música um do outro e têm basicamente a mesma realidade, apenas caminhos artísticos diferentes, e o Fínix concordou. Quando mandei a demo ao Nicholas, ele disse-me logo que tinha curtido e que ia fazer o segundo verso. Passado umas horas mandou-me a demo, eu curti bué e o Fínix também, desde aí pensei logo que este ia ser o meu primeiro single. Depois reunimos no estúdio os três para regravar a faixa e eu já estava a ter todas as ideias para o clipe. E basicamente foi isto, fiquei bastante contente com o resultado final.
É mais comum vermos rappers a assinar por editoras grandes do que produtores. Quais são as tuas perspectivas para esta ligação?
É verdade, costumamos ver muitos mais rappers a assinar por editoras grandes do que produtores, mas os produtores sempre foram uma peça fundamental na música em geral. Se calhar isto quer dizer que nós, produtores, começamos a ser considerados artistas como já acontece lá fora e que, se calhar, temos poder e a visão de mudar alguma coisa no movimento, introduzir novos artistas e fazê-los crescer.
Este é o primeiro avanço de um álbum? O que é que nos podes contar sobre os teus próximos planos?
Não vou confirmar nem desmentir. Não quero confirmar um álbum e depois não o lançar. Mas futuramente quero continuar a produzir para rappers como tenho feito até hoje e lançar faixas em nome próprio. Este primeiro single é o primeiro de muitos que quero e irei lançar.