[TEXTO] Rui Miguel Abreu [FOTO] Ricardo Miguel Vieira
2015 foi um grande ano. Um daqueles anos em que nos acontecem coisas importantes, em que fazemos coisas importantes e onde tudo se parece conjugar de forma perfeita.
A saúde, em primeiro lugar: 2015 foi o primeiro ano em algum tempo em que não passei um único minuto no hospital como paciente e isso foi por si só extraordinário e digno de nota neste meu balanço pessoal.
[OUTROS MARCOS DE 2015]
[RIMAS E BATIDAS] Com a ajuda e a força de uma série de pessoas consegui erguer este projecto que há tanto tempo fervilhava na minha cabeça. Sei que o meu futuro passa por aqui, mas entusiasma-me sobretudo a ideia de que o Rimas e Batidas é parte importante do meu presente. Estamos aqui e agora a fazer por fazer diferente, por fazer todos os dias mais e melhor. Mantenham-se ligados.
[FESTIVAL RIMAS E BATIDAS] Em Setembro passado, o Rimas e Batidas assumiu-se também como um pequeno, mas ambicioso festival. Uma vez mais fizemos por criar algo diferente. E o resultado foi promissor e empolgante, carregado de estreias e alinhando perspectivas e mundos sonoros que raramente partilham espaço. A próxima edição do festival Rimas e Batidas vai chegar mais cedo do que se pensa. A trabalhar nisso a todo o gás.
[CURADORIA CIÊNCIA RÍTMICA AVANÇADA NO VODAFONE MEXEFEST] Que noite incrível – tarraxo do futuro misturado com grime pela mão de Bison & Squareffekt, labirintos hip hop desenhados com mestria por SlimCutz e Taseh na apresentação de Roger Plexico, a brilhante viagem aos abismos da alma conduzida por NERVE e as altas pressões rítmicas impostas por DJ Firmeza levaram muita gente ao Palácio Foz numa noite com a nossa identidade exposta de forma clara: houve rimas de primeira água e batidas de excepção e aplausos. Foi perfeito.
[ANTENA 3] A troika dourada formada por Nuno Reis, Henrique Amaro e Luís Oliveira conseguiu a proeza de reinventar um projecto que é fulcral para a boa saúde da música portuguesa. Estar a bordo desse projecto com a vertente radiofónica do Rimas e Batidas é uma óbvia honra. Vêm aí muitas novidades para o programa – uma vez mais, mantenham-se ligados.
[GINGA BEAT DA RED BULL MUSIC ACADEMY RADIO] 2015 foi o meu último ano neste projecto que abracei desde a primeira hora. O Ginga Beat transita agora para uma nova estação e terá outras vozes e cabeças a pensar semanalmente nos seus rumos, o que nos deve entusiasmar a todos. Foram sete ou oito anos (confesso que perdi a conta) a investigar os corredores da mais vibrante academia musical do mundo, a auscultar aquilo que nos oferecia a nossa modernidade ou a tentar descortinar as nuances da lusofonia. Passo agora a ser atento ouvinte. Longa vida ao Ginga Beat.
[OS DISCOS]
2015 também se destaca por ser um dos anos em que a minha colecção de discos mais engordou. Houve muita música a aterrar lá em casa e não houve semana que não tivesse sido marcada por uma nova e incrível edição que me forçava a desviar-me do caminho para a acrescentar às já sobrelotadas prateleiras do meu bunker. Abaixo uma pequena amostra, porque a mais relevante para o universo Rimas e Batidas, dos discos colheita 2015 que mais trabalho e prazer deram aos meus ouvidos.
[LÁ FORA]
[RIMAS]
Kendrick Lamar – To Pimp a Butterfly
Vince Staples – Summertime 06
Future – DS2
Drake – If You’re Reading This it’s Too Late
Dr. Dre – Compton: A Soundtrack
Rae Sremmurd – Unlock The Swag
Earl Sweatshirt – I Don’t Like Shit, I Don’t Go Outside
Tyler, The Creator – Cherry Bomb
Drake & Future – What a Time to Be Alive
Joey Badass – B4.Da.$$
Donnie Trumpet & Social Experiment – Surf
Freddie Gibbs – Shadow of a Doubt
Goth Money – Trillionaires
Fetty Wap – Fetty Wap
Run the Jewels – Meow the Jewels
[BATIDAS]
Jlin – Dark Energy
Arca – Mutant
Oneohtrix Point Never – Garden of Delete
James Ferraro – Skid Row
Hieroglyphic Being & JITU Ahn-Sahm-Buhl – We Are Not The First
Steve Moore – Cub
Visionist – Safe
Aphex Twin – Computer Controlled Acoustic Instruments Pt 2
Floating Points – Elaenia
Zombi – Shape Shift
Panda Bear – Panda Bear Meets the Grim Reaper
Kelela – Hallucionogen EP
Not Waving – Voices
[ARQUIVOS]
Savant – Artificial Dance
Harmonia – Complete Works
Beatriz Ferreyra – GRM Works
Vito Ricci – I Was Crossing a Bridge
Patrick Cowley – Muscle Up
Ata Kak – Oba Simaa
Else Marie Pade – Electronic Works 1958-1995
Various Artists – Trevor Jackson Presents: Science Fiction Dancehall Classics
KMD – Bl_ck B_st_rds
A Tribe Called Quest – People’s Instinctive Travels and the Paths of Rhythm
[TUGA]
[RIMAS]
Allen Halloween – Híbrido
NERVE – “Trabalho & Conhaque” ou “A Vida Não Presta & Ninguém Merece a Tua Confiança”
NGA – Atitude
Slow J – The Free Food Tape
Regula – Casca Grossa
Mike El Nite – Vaporetto Titano
L-ALI – O Conto
Roger Plexico – No Man’s Land
Roger Plexico & Ace – Roger Plexico & Ace
Vilão – O Mau da Fita
Prodígio – Prodígios
Capicua – Medusa
[BATIDAS]
DJ Marfox – Revolução 2005-2008
Niagara – Ímpar
TUGALIFE – Kids
Dotorado Pro – Africa Scream EP
Nidia Minaj – Danger
DJ Firmeza – Alma do Meu Pai
D.D.P.R. – Uma Imagem Mil Palavras EP
Endgame – Endgame
[CONCERTOS]
D’Angelo e Goblin em Londres
Cabaret Voltaire no LEV
Run The Jewels no Primavera Sound
Marfox e Batida no MED
NERVE no Mexefest