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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 16/06/2020

Uma viagem no tempo entre os Estados Unidos da América e Portugal.

Orquestra Jazz de Matosinhos aborda álbum de George Russell na primeira edição do CARA

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 16/06/2020

O Centro de Alto Rendimento Artístico, ou CARA, lançou ontem o seu primeiro projecto: Jazz in The Space Age, uma abordagem à obra do fundamental George Russell, marca a estreia da secção editorial da Orquestra Jazz de Matosinhos.

Gravado ao vivo na Casa da Música, no Porto, no dia 30 de Novembro do ano passado, esta edição começou (na ausência de partituras) com uma transcrição dos arranjos por parte de Telmo Marques, passando depois pela direcção musical de Pedro Guedes, que guiou os músicos João Paulo Esteves da Silva, José Diogo Martins, José Luís Rego, João Guimarães, Mário Santos, José Pedro Coelho, Rui Teixeira, Luís Macedo, Ricardo Formoso, Rogério Ribeiro, Daniel Dias, Xavier Sousa, Gonçalo Dias, Carlos Azevedo, Eurico Costa, Demian Cabaud e Marcos Cavaleiro na interpretação da composição do pianista e arranjador americano que, como se pode ler em comunicado, “desenvolveu a primeira teoria musical nascida das entranhas do jazz. Uma nova abordagem à criação que foi revolucionária e mudou o percurso de figuras como Miles Davis, John Coltrane e Ornette Coleman – o famoso disco Kind of Blue de Miles Davis e todo o jazz modal não teria existido sem as ideias de George Russell.”

No website da OJM, Liliana Marinho escreve um pouco mais sobre tudo isto:

“A 4 de Outubro de 1957, a União Soviética lança o Sputnik, o primeiro objecto posto pela humanidade em órbita à volta de um corpo celeste, inaugurando assim a era da corrida espacial. Inevitavelmente os compositores viram-se também imbuídos pelo novo espírito aventureiro que esta época parecia conter. Em 1960, George Russell e um grupo de estrelas do jazz gravam Jazz in the Space Age, um disco histórico já com algumas ideias do revolucionário tratado Lydian Chromatic Concept of Tonal Organization do compositor. Mas o que faz afinal esta música? De tudo. Gravita. Ora nos atrai, ora nos afasta. Permite-se deambular, olhando talvez este planeta próximo, cruzando-se com uma estrela, quem sabe desviando-se de um meteorito em alta velocidade. Russell escreveu a partitura de Jazz In the Space Age e deixou intencionalmente um espaço aberto para a improvisação livre – fixou os satélites nas órbitas e a imaginação dos seus corpos celestes fez o resto. Trouxe para a música o universo com todas as suas possibilidades e mistérios. Um Cosmos que de tão imenso nos podia parecer infinito, tal como a Música. 60 anos depois permitimo-nos gravitar nesta partitura, hoje com outros corpos celestes que olham para esta música a partir da sua poeira cósmica única.”

No Facebook da orquestra há também espaço para “alguns dados curiosos e desafiantes“: a) “a parte escrita e improvisada misturavam-se de tal forma que era muito difícil entender quando começava o quê”; b) “não existiam partituras disponíveis”; c) “só terá sido tocado uma vez — no momento da sua gravação”.

A peça musical está disponível em vídeo, no YouTube, e em áudio, no Bandcamp.


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