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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 30/10/2019

O disco 6.7.19 une artistas de quatro editoras independentes.

OKWAMI: “Procurámos mostrar que é sempre saudável explorar um lado mais romântico e outro mais interventivo”

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 30/10/2019

O grupo angolano OKWAMI lançou esta manhã “É Lei”, single que antecipa o álbum 6.7.19, previsto para sair esta sexta-feira, dia 1 de Novembro.

Damani Van Dunem, Keita Mayanda, CFKappa, Leonardo Wawuti, Verbal Uzula e Kennedy Ribeiro (o produtor de serviço) são os artistas que formam o colectivo que se inspirou em nomes incontornáveis como Wu-Tang, Boot Camp Click, Blackstreet, Outkast e Dogg Pound para recuperar o feeling dos 90s. O ReB falou com o autor de Blu-Ray: Quid Pro Quo sobre o que podemos esperar deste novo projecto.
 

Podem começar por apresentar o projecto OKWAMI? O que significa a palavra, quem faz parte e como se juntaram?

OKWAMI é uma palavra da língua kimbundu que em português significa JUNTOS. Escolhemos esse nome porque transmite a ideia de estarmos todos na mesma direcção ou a puxarmo-nos uns aos outros afim de estarmos na trilha certa nos mais variados campos da vida. OKWAMI é composta por artistas de quatro labels independentes que estão constantemente juntos. Num desses momentos juntos, decidiram unir as suas valências para fazerem música. OKWAMI são Leonardo Wawuti e Keita Mayanda da Wakuti Música, Verbal Uzula da Marron, Damani Van Dunem da Swahili e CFKappa e Kennedy Ribeiro da Cérebro Records.

Em termos musicais, OKWAMI soa mais clássico, remete para os 90s, cruza r&b e rap com elegância. Quem se encarregou da produção e dos arranjos vocais?

Kennedy Ribeiro encarregou-se da produção deste álbum. Desde a gravação até à masterização. A sonoridade é o resultado da convergência de gostos e ideias dos membros do colectivo. Todos são rappers, três são também produtores e dois também cantam.

Que colectivos clássicos inspiraram os OKWAMI?

Wu-Tang, Boot Camp Click, Blackstreet, Outkast e Dogg Pound, entre outros.

Em termos líricos, há algum conceito que una o álbum?

Não. A génese do projecto foi amizade e como aproveitar o tempo enquanto bebíamos uns copos.

O disco parece ter um lado mais romântico e outro mais interventivo. Duas faces de uma mesma moeda?

Sim, tal como se manifesta a alma humana. Procurámos mostrar que, enquanto artistas, é sempre saudável explorar essas duas facetas.

É importante continuar a ter uma voz crítica na Angola de 2019?

Sempre. Estamos num período de metamorfose na mentalidade dos angolanos que, na verdade, começou antes desta nova era política.

Em “Não Era Suposto Ser Assim” há uma ideia de crítica em relação à cena presente. O que é que o hip hop perdeu neste presente em que se afirmou como o género mais ouvido em todo o mundo?

Perdeu um pouco a sua alma. Mas creio ser normal com um género que cresceu tanto até se tornar no mais ouvido actualmente. Contudo, é uma volta que se está a dar, um círculo que se fecha até se perceber o que realmente nos fez apaixonar pela cultura e assim voltarmos a celebrá-la de novo.

Como é que olham para a cena musical em Angola neste momento?

Enquanto não se respeitar a propriedade intelectual dos artistas em Angola continuaremos a viver de esmolas de promotores e agentes musicais que têm definido quem o grande público deve consumir. É urgente passar a olhar para a música como profissão e meio de transformação social. Relativamente aos músicos, há cada vez mais quantidade e qualidade. Estamos em crer que será uma questão de tempo até termos o que realmente se pode chamar de um mercado musical sério e sustentável.

Podem falar-nos dos planos para depois da edição? Apresentações ao vivo?

A apresentação, que será no dia 1 de Novembro, será seguida por um show no dia 7 de Novembro, também em Luanda. Vamos continuar a promover o álbum na rádio e TV e estamos a preparar pequenos shows que servirão de antevisão para o grande show de apresentação que planeamos fazer em Dezembro.
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