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Publicado a: 24/08/2015

O rap activista de MCK reabre a agenda musical do Musicbox

Publicado a: 24/08/2015

[FOTO] Direitos Reservados

 

O rapper angolano MCK e o histórico músico Bonga são os nomes em cartaz para a rentrée do Musicbox, no Cais do Sodré, que acontece a 1 de Setembro. Um encontro de gerações que remete o espectáculo para um caleidoscópio temporal por entre géneros e influências da música angolana.

Natural de Luanda e filósofo de formação, MCK representa uma nova geração de rappers activistas que tem emergido na capital de Angola no últimos anos. O seu último disco, É Proibido Ouvir Isto, lançado em 2012 e apresentado em Lisboa na mesma altura, permanece tão actual quanto há três anos, sinal de tudo permanece igual na nação governada há 36 anos por José Eduardo dos Santos. Esta é a época em que se vivem renovadas tensões sociais em Angola – desde a detenção de um grupo de activistas em Junho, entre eles o rapper Ikonoklasta, até ao adensar da crise económica com a queda abrupta dos preços do petróleo, principal fonte de rendimento do país -, pelo que É Proibido Ouvir Isto ainda não adquiriu o estatuto de relato histórico.

O escritor José Eduardo Agualusa escreveu umas linhas sobre a conexão MCK- Bonga que acontece em Lisboa:

“Bonga é mais do que um nome. Bonga é um marco no mapa da identidade e da geografia afectiva de quase todos os angolanos. As canções de Bonga acompanham a história de Angola ao longo dos últimos cinquenta anos, da luta pela independência ao desespero dos anos da guerra, e à desilusão pelo muito que ficou por alcançar. O rapper MCK, por outro lado, representa a voz nova de um país ainda à procura de si próprio. O encontro entre Bonga e MCK constitui um momento histórico dentro de um outro momento histórico. É o encontro de dois rios, unidos na formação de uma nova música angolana, de um tempo novo, de uma outra consciência. A esse mar onde estes rios desaguam podemos chamar Esperança.”

A presença de MCK coincide ainda com os 40 anos da independência da África lusófona, momento para “reflectir sobre o caminho que foi feito e que ainda há para fazer”, disse Sara Cunha, responsável pela comunicação do Musicbox, citada pelo Público.

 

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*Artigo editado para incluir declaração do escritor José Eduardo Agualusa e o poster do concerto.

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