pub
[TEXTO] Gonçalo Oliveira
Operação secreta durante o mês de Julho. Aproveitar uma ida a Bragança para dar um gig e alojarem-se numa casa, todos juntos, com o intuito de preparar os concertos de forma mais dinâmica e ao mesmo tempo dar asas à imaginação para compor novos temas todos juntos: Taseh, dgtldrmr, NO FUTURE, DarkSunn e Ghost Wavvves.
Quando questionado acerca do aparecimento do conceito e a devida aceitação, DarkSunn, um dos produtores de serviço e narrador do vídeo que acompanha esta aventura, adiantou-nos que “A ideia de nos ‘fecharmos’ numa casa e simplesmente criar música não era nova. Mas, na verdade, a ideia foi apresentada à organização do Quintanilha Rock e foi imediatamente bem recebida e incentivada. Acreditou-se que podia ser algo para potenciar o festival visto que – segundo sabemos – nunca tinha sido feito algo nestes moldes.”
Desta união nasceram três novos temas disponíveis no BandCamp da Monster Jinx, onde houve espaço também para gravar alguns instrumentos tradicionais de modo a terem ao seu dispor samples frescos e exóticos. Destaque para “Esther“, que parece retirada de uma travessia pelo deserto. Como se o acampamento roxo tivesse mudado, por momentos, para um oásis que descobriram a meio do caminho. Onde puderam parar para descansar um bocado, comer e assistir a danças árabes à volta da fogueira.
Os convidados a subir ao palco foram Roger Plexico, nitronious e ainda uma actuação especial com grande parte do colectivo, onde puderam ver a reacção em primeira mão à música que criaram a meio da semana e ainda um special act de J-K que rimou as suas letras em beats diferentes, todos da autoria de produtores da Monster Jinx. Algo que é novo e, para já, único. Num cartaz dominado pelo rock, DarkSunn fala-nos da reacção do público perante uma turma que fez a festa no meio do hip hop e da electrónica: “Tanto na primeira noite, com Roger Plexico e com o nitronious – que transitaram de dois concertos rock para o hip hop e electrónica – como com a nossa actuação ‘principal’, sentimos que fomos muito bem recebidos. Acredito que possa ter sido uma clivagem a nível sonoro, mas o público acompanhou imediatamente, o que prova que a mescla de estilos é não só possível, como desejada.”
Ficam certamente estórias para mais tarde contar e, principalmente, mais uma iniciativa de grande peso por parte da Monster Jinx. Que pode, eventualmente, ser repetida e também servir de inspiração para outros colectivos que procurem uma experiência semelhante. Se é um conceito acessível de realizar? “Eu acredito sempre que sim. Claro que falo através dos olhos da Monster Jinx, por isso digo-te outra vez: sim, é totalmente possível. A questão que se coloca é haver espaços que queiram dar essa oportunidade e que, essencialmente, tenham visão para a dar”, explica DarkSunn.
pub