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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 22/09/2025

O som celebrado como objecto sensorial.

O Museu Nacional da Música, em Mafra, recebe o Sound in Museums em Outubro

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 22/09/2025

O Museu Nacional da Música ainda não anunciou a data de inauguração do seu novo espaço em Mafra, no Real Edifício, mas há já um evento na calha para muito em breve. De 17 a 19 de Outubro, será esse o espaço que vai acolher a segunda edição do evento internacional Sound in Museums, que teve a sua estreia em 2024 na Dinamarca.

A iniciativa, fundada por Alcina Cortez, parte de uma premissa poderosa: a de reconhecer o som enquanto um agente de emoção e de relação. “O som decorre de vibrações que atravessam os corpos e, nesse sentido, tem também a capacidade de potenciar o encontro com o outro, que é um aspeto fundamental para o museu contemporâneo”, afirma a investigadora. O programa é construído em torno desta ideia, com conferências, debates e concertos que desafiam curadores, artistas e técnicos a pensar no som como material de curadoria tão crucial quanto a luz ou o espaço.

A ambição do evento materializa-se na qualidade dos seus intervenientes. A conferência conta com oradores de renome como Gascia Ouzounian, da Universidade de Oxford, especialista em espacialização sonora, e o compositor e produtor Manuel Faria, que explorará como o som pode criar um envolvimento multissensorial. Um painel de discussão com especialistas internacionais, incluindo o pioneiro Holger Schulze, debaterá o futuro sonoro dos museus, antecipando tendências e desafios.

Mas a verdadeira revolução acontecerá quando os instrumentos históricos saírem das suas vitrinas. Em gestos de rara poesia, a guitarrista Luísa Amaro tocará numa guitarra portuguesa de 1959 e Simão Costa fará soar um piano de cauda Bechstein de 1926, no seu conceito de “piano expandido”. Estes concertos não são apenas performances, mas a demonstração prática de que o património musical ganha uma nova vida quando a sua voz é efectivamente ouvida, criando uma ponte sensorial única entre o passado e o presente.

Ao trazer esta discussão para Portugal e alojá-la no novo Museu Nacional da Música, a Sound in Museums não se limita a um debate académico, mas propõe uma mudança de paradigma: que os museus possam, no futuro, ser não apenas lugares para ver, mas também para sentir de forma mais aprofundada através da escuta. É um convite para que a próxima visita a um museu seja uma experiência que ressoe muito para lá do que os olhos podem alcançar.


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