Faltam dois dias para o concerto a solo de GZA no Lisboa ao Vivo. Esta quinta-feira, dia 7 de Novembro, o rapper veterano que integra as fileiras dos lendários Wu-Tang Clan traz o seu clássico Liquid Swords para um espectáculo em que conta com a companhia da banda The Phunky Nomads. As portas da sala lisboeta abrem às 19 horas e a actuação está marcada para começar às 20 horas. Ainda existem bilhetes à venda por 49 euros.
Lançado em 1995, Liquid Swords é amplamente considerado como uma obra-prima do hip hop dos anos 90 e uma peça definidora no trajecto a solo do MC nova-iorquino nascido Gary Eldridge Grice. Depois de se ter estabelecido como um dos membros mais dotados de talento lírico dentro do colectivo que representa através do seminal álbum de estreia, Enter The Wu-Tang (36 Chambers), GZA trouxe a sua narrativa intrincada e o seu afiado jogo de palavras para a montra em Liquid Swords. Produzido pelo colega RZA, o LP está repleto de batidas sombrias que complementam perfeitamente as letras reflectivas e até filosóficas de GZA. O pensamento intelectual do rapper cruza-se com temáticas como a vida nas ruas e as artes marciais, misturando-se perfeitamente com as batidas para criar uma paisagem sonora imersiva que é, ao mesmo tempo, corajosa e instigante. Faixas como “Shadowboxin’” e a homónima “Liquid Swords” exemplificam a proeza de GZA em pintar cenas vívidas e cinematográficas que ressoam com profundidade dentro do ouvinte.
Antes de Liquid Swords, GZA tinha lançado Words from the Genius em 1991, um disco bem trabalhado mas de pouco alcance comercial, com o seu autor a queixar-se na altura da falta de apoio da sua editora, Cold Chillin’ Records. Nesse longa-duração de estreia, o rapper revelou vislumbres do seu talento, mas não captou totalmente as suas ambições líricas. Com os Wu-Tang Clan a despontarem pouco depois, GZA foi capaz de criar nos seus próprios termos, contribuindo para o som revolucionário do grupo que que se tornou numa referência para o rap de Nova Iorque. Em Liquid Swords dá continuidade a essa liberdade criativa, focando-a através da sua perspetiva única e criando o que muitos consideram um dos álbuns mais sofisticados e duradouros do hip hop dos anos 90.