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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 27/02/2019

O trio está a preparar um novo projecto com produção de DJ Premier e Pete Rock.

O catálogo dos De La Soul vai chegar ao streaming, mas o grupo não está contente

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 27/02/2019

Está a chegar ao fim a infame ausência dos De La Soul das plataformas digitais. Conforme vários posts no Instagram, a sua discografia completa vai em breve constar nos serviços de streaming e aquisição de música. O trio de rap disputa, todavia, o procedimento da sua antiga editora, a Tommy Boy Records, que abandonaram em 2001, e incentivam os fãs a manifestarem o seu desagrado.

Na última declaração feita na rede social, Posdnuos, Trugoy e Maseo confirmam o lançamento do seu catálogo integral em streaming e para download. Ressalvam também que receberão somente 10% das receitas, 90% das quais reverterão para a Tommy Boy.

A alusão num post anterior às “negociações (ou a sua falta)” deste processo, dizem, não agradou à editora. “Nós não estamos contentes com o lançamento do nosso catálogo sob termos tão desequilibrados e injustos”, retorquiu o grupo, salientando que o “sonho realizado” dos “fãs terem finalmente a capacidade [de ouvir nestas plataformas a sua música]” esconde um “feio e ganancioso pesadelo”. Prometendo mais novidades no programa de rádio Sway in the Morning, os De La Soul esclarecem que beneficiam apenas das vendas dos únicos discos que têm disponíveis online: The Grind Date e And the Anonymous Nobody…, editados em 2004 e 2016.



A disponibilização digital do seu catálogo tem sido uma questão problemática para o grupo. De acordo com o The New York Times, deve-se isto ao facto da sua música ser apoiada substancialmente numa vasta rede de samples — desde a seminal estreia em 1989 com 3 Feet High and Rising até ao amadurecimento de De La Soul Is Dead; da expansão sónica de Buhloone Mindstate ao par Art Official Intelligence: Mosaic Thump e AOI: Bionic, o último disco que lançaram pela Tommy Boy, em 2001.

Nesta altura, os licenciamentos de samples junto dos detentores de copyright das gravações originais não só não eram uma prática comum, abrindo caminho para futuros processos de tribunal, como aquele que os Turtles aplicaram aos De La Soul pelo uso de uma canção sua num skit, como também, quando efectuados, não previam futuras formas de distribuição, como o streaming. And the Anonymous Nobody…, o mais recente disco do trio, dispensou os samples e foi gravado de raiz, com recurso a crowdfunding.

No Dia de São Valentim de 2014, o grupo permitiu aos seus fãs descarregar gratuitamente todo o seu acervo musical. “Sentimo-nos abençoados por estar na Biblioteca do Congresso, mas nem podemos ter a nossa música no iTunes”, explanava o membro Posdnuos à Rolling Stone. Nessa época, trabalhavam num projecto com DJ Premier e Pete Rock — que os De La Soul voltam a mencionar num dos novos posts, e cuja edição é apontada para este ano.


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