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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 09/06/2020

O sucessor de DARKNESS AND LIGHT chega ainda este mês.

Numa conferência no Zoom com John Legend: “Estou inspirado por ver multidões nas ruas”

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 09/06/2020

Bigger Love, o novo álbum de John Legend, foi esta segunda-feira apresentado conforme mandam as regras do distanciamento: numa conferência de vídeo no Zoom que deixou ouvir, em primeira mão, parte de algumas canções do disco que conta com colaborações de Cautious Clay, da jamaicana Koffee, Jhené Aiko ou Rapsody e que tem data de lançamento marcada para o próximo dia 19 de Junho.

Este é o sexto trabalho de originais de John Legend, que já colaborou com artistas como Andre 3000, Common, Jay-Z, Kanye West – um dos seus parceiros mais frequentes –, Snoop Dogg e The Roots. Mais do que apresentar o seu novo disco, o cantor aproveitou a oportunidade para responder a perguntas que se concentraram na música em tempo de pandemia e no movimento Black Lives Matter.

Bigger Love contém 15 faixas, a grande maioria produzida por Raphael Saadiq e pelo próprio Legend, e com colaborações vocais exclusivamente femininas. Todas as vozes foram gravadas antes da quarentena mas, como refere o próprio, “parece que foram escritas agora”. Apenas a mistura, a masterização e alguns arranjos de cordas foram feitos depois do isolamento.



Entre as 15 músicas incluídas no LP, a segunda faixa soará certamente familiar. “Actions” é sobre a importância das acções por oposição à das simples palavras, e propõe a utilização do mesmo sample da icónica “The Next Episode”, de Dr. Dre e Snoop Dogg.

“Bigger Love”, faixa que empresta o título ao projecto, foi escrita há mais de dois anos com a colaboração de Cautious Clay e é uma canção sobre o poder do amor, inclusive da sua importância e capacidade de nos juntar em tempos como os que vivemos.

Ainda assim, o som mais bem recebido foi “Remember Us”, que conta com uma pequena mas preciosa colaboração da rapper da Carolina do Norte, Rapsody. Um tema que confere ao álbum um importante toque de poder consciente, definitivamente mais relevante e actual agora, e onde se ouvem referências a alguns ícones negros como Shaquille O’Neal, Nipsey Hussle ou Kobe Bryant.



“Tendo a olhar para o lado positivo. Estou zangado que tenha morrido mais um homem negro às mãos da polícia, mas também estou inspirado por ver estas multidões nas ruas a suportar o movimento. Acredito que vamos ver mudanças a partir de agora. Já vimos algumas com o presidente Obama, mas julgo que vamos conseguir ainda mais desta vez”, explicou John Legend quando questionado sobre os movimentos anti-racismo que se começaram a fazer ouvir nos EUA.

Para John Legend, o projecto também tem uma “parte sexy” que abre ao som de “You Move, I Move” – um dueto com Jhené Aiko – e que culmina em “Slow Cooker”. A segunda, a que Raphael Saadiq dedicou especial atenção, foi produzida sobre a influência clara do som de Voodoo, a obra-prima de D’Angelo no qual o produtor também esteve envolvido e onde se vai buscar inspiração, especialmente nos sopros.

Este é, sem dúvida, um álbum essencialmente de r&b, com muito soul e alguns toques de hip hop ou até mesmo EDM (“Don’t Walk Away”, com Koffee, é claramente feita a pensar no Verão), muito à medida do próprio artista e do que já nos trouxe no passado, mas que prima pela positividade e pelo bem-estar que transmite a quem o ouve. De destacar ainda a energia feminina presente no disco e a ondulação entre a soul mais rara de “Soul Cooker”, a nostalgia de temas como “Conversations in the Dark” e as vibrações veraneantes de “Don’t Walk Away”.


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