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Fotografia: Adriano Ferreira Borges
Publicado a: 08/01/2024

Reis da diversidade.

Noite dos Reis’24 — Dia 1: de Braga para Braga

Fotografia: Adriano Ferreira Borges
Publicado a: 08/01/2024

Foi com pontualidade inglesa que se deu início a uma noite bem preenchida de música, gente; e diversidade. Nisto foram reis. Miguel Pedro, baterista dos Mão Morta, abriu a Noite dos Reis da editora/agência Bazuuca com o seu novo e surpreendente projecto de música electrónica e não se fez rogado em companhia, estando ladeado pelo virtuoso Luís Fernandes. Esta dupla deliciou o início de noite de todos os presentes, que logo se mostrou diversa em tribos e gerações. Apanhamos a “Maré”, por entre as “Pedras” e luzes de “Neon” escutando “Passos” mergulhados no trabalho conceptual de Miguel Pedro do seu último lançamento Sonofobia

Saíamos do Palco Mozart e rumávamos ao Palco Bazuuca, na sala de espelhos do Lustre, e já nos esperavam os MAYU, banda bracarense que desde 2019 nos tem admirado pela criação de canções de encanto na voz de Miguel Santos e no seu peculiar tom. Foram sete os temas trazidos a este palco e ainda podiam trazer mais sete, pois há surpresas que sabem bem ficar a ouvir.

Como é de apanágio nesta tradição, deixámos a sala para o próximo concerto com grandes expectativas, tais os indícios da génese desta noite. Era a vez de Frank Lucas no fazer dançar pela primeira vez na Noite dos Reis. Aos primeiros sons de CRIMINAL havia já uma comunidade em frente ao palco que segue Frank Lukas ladeado por Mafalda BS, que participa em “Toxic City” na voz, para além da samplagem e teclas durante todo o concerto.  Com bastantes momentos altos, por parte do público, teve o seu ponto máximo com a subida ao placo de Cálculo – Hugo Martins, artista barcelense vencedor da primeira Urban Beat Battle, em 2010.

Já de regresso ao Palco Bazuuca pudemos desfrutar do artista mais conceituado da noite, Palas, acompanhado por Sérgio Freitas e Luis Barros. Deliciou-nos com uma abertura instrumental para um vaguear de histórias que tão bem sabe cantar, criando uma atmosfera de uma nostalgia despegada do nosso quotidiano onde os momentos de experimentalismo carimbam essa poesia. O mundo de Palas é de um agridoce sedutor e irresistível, que nos fará sempre voltar.

Ainda não recompostos pela sensação de descontração que nos deixou Palas, chegam os Navegantes da Rua. Uma surpresa da Bazuuca, mais uma desmonstração de eclectismo da sua natureza, um baixo e uma bateria, Israel e André, o power duo que levantou os ânimos dos quarenta e cinco minutos que se seguiram. Com Braga impressa no seu genoma, assumindo a nomenclatura, grande parte, de nomes de ruas da cidade, entre o entusiasmo e a peculiar sonoridade do baixo de Israel, ficou prometido o lançamento do primeiro álbum a 31 de Janeiro deste ano, que como curiosidade também se assume como nome de umas das principais avenidas da urbe.

Chegava a última banda, Capela Mortuária. Não estaria mais enganado quem acreditasse que, pelo género, esta banda seria a mais distante da festa da Bazuuca e iria ser a mais despegada de público.  Com o “thrash metal f***** do poço”, como se designam, agregaram todas as tribos e gerações, e levantou-se a grande festa da noite, com direito a mosh pit, numa precisão de desempenho impressionante que, durante dez temas, encerravam a fase de concertos num ambiente de regozijo surpreendente. Para além do excelente desempenho da banda, já aqui referido, sobressaiu a alegria em palco, que nunca imaginaríamos se não tivéssemos presenciado. Além dos seguidores inamovíveis do metal, Capela Mortuária promete acrescentar mais um bom magote às suas hostes com a sua música. 

Apesar do fim dos concertos, a noite era tomada pelos Mazda Fields e Terzi, que satisfizeram as almas mais vorazes pela continuidade da que foi a primeira grande Noite dos Reis da Bazuuca.


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