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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 14/05/2020

Seis faixas novas para entrar na banda sonora do regresso à (a)normalidade.

No, She Doesn’t sobre NSD004: “Juntámos música nossa de que gostamos e de pessoas com quem trocamos música e ideias”

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 14/05/2020

A No, She Doesn’t, editora portuguesa de música electrónica de dança, volta aos lançamentos com a sua segunda compilação. Depois duma primeira compilação e de dois EPs lançados (de DJ Spielberg e de DJ Legwarmer), o selo nacional edita um trabalho de grupo com temas de vários elementos da sua equipa e não só.

Sem rodeios, conceito ou ligação temática, NSD004 celebra a pista de dança, naqueles que são “tempos incertos”, e “na expectativa do que será um Verão sem clubs ou festivais”. O próprio lançamento estava pensado com o acompanhamento de eventos nos Anjos70 e no Plano B, em Lisboa e Porto, respectivamente. Deste modo, a edição traz à tona de novo a discussão sobre a subsistência da cultura club em período de pandemia.

A compilação, que já vinha a ser planeada há alguns meses, reúne produtores da casa e Moreno Ácido e Native Cruise (Mitch Green). DJ Baywatch apresenta-se em formato compilação (sendo que não esteve presente em NSD001) ao lado de DJ Spielberg, DJ Legwarmer e DJ Unsure, com a faixa que encerra o lado B. Assim, a No, She Doesn’t mantém-se como uma das editoras mais estimulantes em solo nacional, muito por culpa da escolha do formato descomprometido e profissional com que lançam trabalhos que englobam um abrangente espectro de música de dança, com o lo-fi house como principal alvo – mesmo que de maneira algo irónica, como Manuel Bogalheiro, a.k.a. DJ Baywatch, confessou numa entrevista com A Cabine.

Falámos com Hugo Barão, um dos fundadores da No, She Doesn’t, sobre NSD004, que já pode ser ouvida no Bandcamp e no SoundCloud, e que está também disponível em vinil com distribuição da Lobster Distribution. Enquanto aguardamos luz verde para voltar a dançar em conjunto, ansiamos novos projectos da editora, sendo que “é provável que ainda haja mais lançamentos em 2020”.



Este é um dos trabalhos mais variados da editora até à data. Qual foi o mote para esta compilação? 

Desde o início que o formato compilação nos interessa porque é sempre uma forma de reflectir diferentes abordagens. A nossa primeira edição em 2018 foi um V.A. e estávamos com vontade de montar outro. Não houve conceito. Simplesmente juntámos música nossa de que gostamos e de pessoas com quem trocamos música e ideias, como o Moreno Ácido ou o Native Cruise.

As faixas têm alguma ligação entre si? 

Não propriamente, ou pelo menos não houve um plano inicial para que tivessem. Ao reunirmos o material e pensarmos na sequência do disco, surgiu de forma mais ou menos natural um lado A e um lado B, talvez o primeiro mais enérgico e o segundo mais relaxado; ou vice-versa, depende sempre do ponto de vista!

Apesar da presença de uns nomes da primeira compilação neste NSD004, há algumas estreias no vosso catálogo. Fala-nos um pouco de Moreno Ácido, Native Cruise e DJ Baywatch.

O DJ Baywatch fez uma das primeiras faixas da NSD, publicada no SoundCloud (“Save Me”), e é um dos fundadores da editora. O Moreno Ácido já tinha antes colaborado connosco em eventos da label e finalmente também integrou o disco. Seguimos há algum tempo o Native Cruise (Mitch Green) através do lançamento na editora do Hidden Spheres e nas mixtapes regulares na Noods Radio e na NTS e a colaboração acabou por acontecer.

Esta compilação teve já alguma atenção merecida por vários meios, tendo chegado até aos Disclosure. Como têm sentido a recepção até ao momento?

Todos gostamos de ver o nosso trabalho apreciado e partilhado pelos nossos pares, portanto ficámos contentes, e temos sentido que a recepção até ao momento tem sido bastante positiva. ESPERAMOS QUE NOS CONVIDEM PARA TOCAR EM IBIZA.

Este período de confinamento fez-vos olhar para o trabalho da editora de maneira diferente?

O da editora e também de toda a indústria: são tempos incertos e estamos na expectativa do que será um Verão sem clubs ou festivais. Com o protelar dos eventos de lançamento no Anjos70 e Plano B, pode ser uma boa fase para discutir o futuro da cultura club: streams na net ou raves no campo? Quanto às edições, a NSD004 já estava a ser planeado há vários meses e decidimos avançar.

O imaginário do feminino é muito evidente na editora (tanto pelo nome como pelos visuais). Já consideraram colaborar com artistas e produtoras?

Editámos a faixa “My Boo Thang” da DJ Daddy (aka Deepsmith),  promovemos eventos em Lisboa com DJs e produtoras de fora como a Willow, a D. Tiffany, a Sunta ou a Debonair, ou locais como a Caroline Lethô. Estavam apalavrados mais gigs e a vinda da Sevil Soylu (Turquia) que há-de ficar para breve (esperamos), quando esta situação do COVID se resolver e os clubsvoltarem a abrir.

O que ainda podemos contar para os próximos tempos da No, She Doesn’t? Este ano tem algum novo lançamento planeado?

O confinamento destes tempos acaba por proporcionar maior disponibilidade para ouvir e produzir música nova, portanto é provável que ainda haja mais lançamentos em 2020! Estamos a preparar outros projectos da NSD que desvendaremos em breve!


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