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Publicado a: 24/02/2017

Night Lovell deixou a ZdB a arder

Publicado a: 24/02/2017

[TEXTO] Alexandre Ribeiro [FOTOS] Sara Coelho

 

Bem, não fiquem assustados: o título não é para ser levado de forma literal. A Galeria Zé dos Bois não ardeu, mas encheu e nem o adiamento da hora do concerto demoveu o público de comparecer em força. Night Lovell era o responsável pela enchente e trazia dois discos muito bem conseguidos na bagagem – Concept Vague e Red Teenage Melody. 

Para suprir o espaço temporal que ficou entre as 22h e a meia-noite, a Príncipe tomou conta do palco e o afro-house disse presente, mesmo que metade da audiência não estivesse virada para essas bandas. A maior reacção acabou por acontecer numa versão de “Timmy Turner” em que Desiigner levou uma roupagem mais próxima do universo Príncipe.

 


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Com o avanço dos ponteiros do relógio, a sala ficou cada vez mais cheia e chegou a hora de começar o inferno. O DJ de Lovell foi o primeiro entrar e, para espanto de ninguém, ouviu-se Migos nas colunas da ZdB, o que levou à primeira reacção histérica do público. Ideia para os promotores portugueses: Migos em Portugal. É impressionante a receptividade do público a Culture e seria, sem sombra de dúvida, uma aposta fácil para um festival ou até para encher o MEO Arena, quem sabe. Não existe actualmente maior nome no hip hop internacional do que o deste trio.

O rapper canadiano subiu a palco pouco tempo depois e a cara não enganava: estamos perante um miúdo talentoso – nasceu em 1997 – a viver o sonho e a dar tudo o que tem e pode. O concerto durou cerca de 50 minutos e ninguém parou durante um minuto sequer. Um conjunto de bangers – os produtores que trabalham com o artista são todos incríveis – surtiu pleno efeito e deixou as paredes a transpirar, tal a energia ali concentrada.

Destaque para “Dark Light”,”Boy Red”, “Louis V”, “Contraband” e “Live Television”, músicas que comprovaram a elasticidade de flows de Lovell e colocaram uma sala cheia a abanar a cabeça entre mosh pits, momentos cada vez mais recorrentes nos concertos de hip hop, como pudemos testemunhar nestes últimos tempos por múltiplas vezes.

 


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Ao contrário de OG Maco e A$AP Ant, a estrela emergente canadiana preocupou-se em rimar – porque é que tenho que escrever sobre isto numa reportagem de um concerto de rap em 2017? – e mostrou que estava à altura do desafio, saindo de palco de rastos. Para finalizar, a casa em chamas que esteve atrás do MC e do DJ durante todo o concerto foi a analogia perfeita para o que se passou ontem. O inferno na terra acabou com “Look At Me” de Xxxtentacion e o caos espalhou-se pelo palco e entre o público. Para os mais cépticos que não compareceram, apostamos que se passarem agora na Rua Barroca ainda sentem o calor que se fez sentir ontem na sala…

 


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