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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 26/04/2021

Vibrações positivas.

Nayr Faquirá: “Acho importante, enquanto artistas, encontrarmos o nosso som sem nos cingirmos a um género”

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 26/04/2021

Não pensem nisso: há mesmo muito para nos prender a Nayr Faquirá. Na passada sexta-feira, dia 23 de Abril, a jovem cantora mostrou “Não Penses Nisso”, faixa que contou com participação e direcção musical de Valete, back vocals de Dino D’Santiago, mistura de Charlie Beats e masterização de Chris Athens.

O segundo avanço do seu EP de estreia vai buscar o feeling que “Boa vibe“, tema lançado por Boss AC em 2005, impregnou no imaginário nacional. Porém, e tal como nos reforça a própria em conversa com o Rimas e Batidas, não podemos engavetá-la na categoria r&b: publicado em Junho passado, “Se”, o primeiro single com contribuições de Raquel Martins e Allan Low, empurrou-nos para um universo onde, no que toca à parte instrumental, podemos encontrar referências que nos remetem para a música electrónica de dança de Kaytranada ou Disclosure.

A 30 de Abril, o curta-duração Misturas chega aos nossos ouvidos e dar-nos-á a oportunidade de confirmar os promissores apontamentos — também participou recentemente em “Não Me Enganas” de Deezy — que ouvimos desta cantautora e produtora que, após uma passagem pelo The Voice Portugal em 2015, se encontrou enquanto artista em Londres. O Rimas e Batidas foi perceber de onde é que vem esta alma toda:



No comunicado que recebemos sobre o teu novo single fala-se da tua passagem pelo The Voice e da tua ida para Londres. Qual foi a importância desses dois momentos para chegarmos até este EP que vais lançar dia 30?

A minha passagem pelo The Voice foi o começo de tudo. Era muito nova e tinha pouca noção de quem era enquanto artista. Estar em Londres foi o construir de tudo aquilo que sou hoje enquanto música. Entre altos e baixos, toquei com pessoas de diferentes países e culturas e encontrei-me. Creio que o meu EP retrata bem isso.

Também houve aqui uma mudança declarada do inglês para o português. O que é que te levou a começar a escrever e interpretar em português?

Nunca me quis limitar a nenhuma das duas. Cresci muito em Londres com colaborações em inglês e daí ter começado a explorar essa vertente. Fez sentido no início tanto quanto faz sentido escrever em português, a minha língua-mãe.

A “Se” é um tema engraçado que na segunda parte toma ali um caminho mais dançável que cai muito bem. O que é que te puxou para aquele instrumental?

Honestamente, devo muito do groove da música à Raquel Martins, uma grande artista e amiga que conheci em Londres. Comecei por criar a demo produzida toda por mim, mas senti que faltava um toque mais orgânico e latino. A Raquel teve a ideia da linha da guitarra e, a partir daí, com a ajuda do Allan Low (o produtor), surgiu a “Se” que conhecem hoje.

Na “Não Penses Nisso” tens a participação do Valete. Como é que acontece esse encontro e como correu o processo de criação da faixa?

Conheci o Valete do nada e logo surgiu a ideia de trabalharmos juntos. Já o admirava há imenso tempo e ele gostou da vibe da minha música. O processo criativo partiu do instrumental r&b que já tínhamos e a partir daí veio a melodia, letra e toda a arte visual (cuja Patrícia Beja fez incrivelmente bem). Trabalhar com pessoas tão ricas em arte torna tudo mais fácil.

Os dois temas que já mostraste do EP são bastante diferentes entre si. O que é podemos esperar em termos de sonoridade e de temáticas do que aí vem?

Os temas são todos diferentes, mas acho que são todos muito Nayr. Todos eles têm o r&b na minha voz, e tudo o que os difere vem das minhas referências musicais e culturais. Vão ouvir temas em português e em inglês e alguns até com a mistura dos dois, daí o título que decidi dar ao mesmo.

Nunca vou ser só um género ou só uma sonoridade. Acho importante, enquanto artistas, encontrarmos o nosso som sem nos cingirmos a um género restrito. O EP é uma junção do r&b, soul, hip hop e world music que cresci a ouvir. A temática deste em especial é muito boa vibe sem grande espaço para lamentações.


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