O ciclo expositivo Capítulo, no Museu de Leiria, dedica a sua terceira mostra de 2025 ao lendário baterista Tony Allen, reconhecido como um dos inventores do afrobeat.
A iniciativa, que decorre de 4 de Outubro a 30 de Novembro, inclui uma exposição com uma obra inédita do artista plástico Leonardo Rito, que reinterpreta a capa de um álbum hipotético de Tony Allen na actualidade, e um concerto pelos percussionistas Vasco Silva e Pedro Marques, marcado para 19 de Outubro, com o par a imaginar a música daquele que poderia ser um disco do músico nigeriano nos dias de hoje. Este projecto celebra a “energia pulsante” do malogrado baterista, descrito como “um metrónomo com alma” cujo legado continua a influenciar velhos e novos artistas.
Tony Allen (1940-2020) revolucionou a história da música ao fundir jazz, funk e ritmos tradicionais, ajudando a estabelecer as bases para o que viria a ser definido como afrobeat. Autodidacta, começou a tocar bateria aos 18 anos e tornou-se diretor musical da banda Africa ’70 de Fela Kuti, com quem gravou mais de 30 álbuns — Kuti chegou mesmo a afirmar que “sem Tony Allen, não haveria Afrobeat”. Para além do seu trabalho pioneiro, Allen colaborou com inúmeros artistas de outros campos, como Damon Albarn (Blur, Gorillaz), Jeff Mills, Adrian Younge ou Charlotte Gainsbourg.
Esta homenagem que se insere no programa Capítulo”, uma iniciativa da CCER MAIS com co-produção do Museu de Leiria, dá continuidade à celebração de criadores fundamentais para a música contemporânea. Depois dos primeiros dois capítulos terem sido dedicados a Raymond Scott e Delia Derbyshire, chega a vez de enaltecer o trajecto de Tony Allen para, depois, se encerrar o ano com uma exposição sobre Ryuichi Sakamoto.