Na passada quarta-feira, dia 17, Ewart “U-Roy” Beckford faleceu num hospital de Kingston, na Jamaica. O influente e célebre toaster jamaicano tinha 78 anos.
Numa publicação na sua página oficial de Instagram, Questlove, baterista dos The Roots, chama-lhe “o Deus do toasting” e afirma que sem ele não teríamos o conceito do hip hop”.
Conhecido como The Originator, The Teacher ou Daddy, U-Roy nasceu em 1942 na capital jamaicana, começando a dar os primeiros passos enquanto DJ com apenas 14 anos — em 1961 daria início à sua profissionalização com actuações no soundsystem de Dickie Wong. Ainda nos anos 60, Beckford tornou-se nome de topo na “equipa” de King Tubby, a Hometown Hi-Fi, um momento de viragem para si — palavras do próprio ao LA Times em 1994.
A NPR Music fala de U-Roy como alguém que ajudou a transformar a arte jamaicana do toasting e do deejaying, um fenómeno de soundsytem antes de si, numa arte que criava hits e que influenciaria gerações de artistas dancehall mas não só, contribuindo ainda para os primeiros passos do hip hop.
Os singles “Wake The Town“, “Rule The Nation” e “Wear You To The Ball” ajudaram a catapultá-lo para um lugar de maior exposição, e o que se seguiu foi o sucesso fora de portas nos anos 70: talento, o álbum Dread In A Babylon e um acordo com a Virgin foram o passaporte.
Lançado em 2018, Talking Roots foi o seu último trabalho editado, que contou com a produção de Mad Professor. O produtor deixou uma mensagem no seu Twitter: “Um momento muito triste de transição para o homem que inspirou a Ariwa. Sem ele, não existiria a Ariwa. Desde os meus 15 anos, quando ouvi ‘Version Galore“, que queria trabalhar com o U-Roy.”