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Morreu ontem, dia 22 de Dezembro, o histórico músico, compositor, arranjador e produtor Thom Bell, aos 79 anos.
Nasceu em Kingston, Jamaica, mas mudou-se para Filadélfia ainda durante a infância, tendo feito a sua formação musical já em solo americano. Começou pelos instrumentos, mas foi através das partituras que se veio a notabilizar. Depois de iniciar actividade como compositor ainda durante os anos 60, foi na década seguinte que a sua obra voou mais alto, já depois de ter ajudado a estabelecer um padrão para a música soul criada a partir de Filadélfia — mais dançável, o género funcionou quase como uma ponte entre o funk e o disco, um r&b orquestral no qual os arranjos de sopros e cordas desempenhavam um lugar de extrema importância.
Trabalhou de perto com a também autora Linda Creed e com Russell Thompkins, Jr., vocalista dos Stylistics, uma das primeiras bandas que ajudou a impulsionar com as suas canções — de “You Make Me Feel Brand New” a “You Are Everything” ou “Stop, Look, Listen (To Your Heart)“. Mas a sua lista de clássicos soul não se fica por aí, tendo-lhe passado pelas mãos os talentos dos The Spinners, Delfonics, Deniece Williams, Dusty Springfield, James Ingram ou até mesmo Elton John. Entre as distinções que recebeu em vida, destacam-se o GRAMMY de Produtor do Ano, recebido em 1975. Em 2006, o seu nome ficou imortalizado no Songwriters Hall of Fame.
Ao longo das últimas décadas, as criações de Bell têm vindo a ser ressuscitadas para os contextos do hip hop, da música electrónica e até mesmo da pop. Ao dia de hoje, a comunidade do WhoSampled contabiliza em mais de 600 as vezes que a sua música serviu como fonte de samples para outros artistas. Entre as recriações mais notórias do seu legado encontram-se “Ready or Not” dos Fugees (que recupera “Ready or Not Here I Come (Can’t Hide From Love)“), “Gonna Love Me” de Teyana Taylor (que recorre a “I Gave to You“) ou “Dear Mama” de 2Pac (que contém elementos “Sadie“).
Nas redes sociais, têm sido muitas as homenagens que têm chovido na direcção de Thom Bell. Mayer Hawthorne, que criou uma playlist com algumas das suas criações favoritas do malogrado músico, diz mesmo que perdemos “o melhor arranjador/produtor de sempre” e uma das suas principais influências.
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