Na passada sexta-feira, dia 13 de Maio, morreu Raqhid Jevon Render. O rapper que era conhecido como Lil Keed contava apenas 24 anos. O motivo da sua morte ainda é uma incógnita.
Este jovem artista norte-americano era um dos nomes emergentes da cena rap em Atlanta desde 2018, ano em que lançou quatro mixtapes. Trapped in Cleveland e Slime Avenue, lançadas na primeira metade desse ano, conquistaram a atenção do icónico Young Thug, levando Keed a assinar pela sua editora, a YSL (Young Stoner Life) Records. Já no segundo semestre de 2018, a jovem promessa lançava a segunda mixtape da série Trapped in Cleveland e encerrava o ano com Keed Talk to ‘em, projecto que contou com participações de vários rappers como 21 Savage, Trippie Redd e Lil Durk, mas foi a faixa “Nameless” que conquistou alguma tracção e se impôs como um dos primeiros sucessos do então recém-assinado da YSL.
Por esse selo, estreou-se em Junho de 2019 com o primeiro álbum de originais Long Live Mexico, o trabalho de maior sucesso comercial de Lil Keed, de onde sairam alguns dos seus maiores hits: “Snake”, “Pull Up” e “HBS”. Das 20 faixas que compõem o trabalho, destaque para as participações de Lil Uzi Vert, NAV, Young Thug, Roddy Ricch, Gunna e o seu irmão Lil Gotit.
A sua voz rouca acompanhada de um tom sempre em notas muito agudas eram o seu carimbo identitário, assim como alguns flows frescos e um critério muito interessante na escolha de instrumentais. Todo este pacote levaria o artista a ser escolhido como um dos XXL Freshmen 2020, uma nomeação sempre honrosa para qualquer rapper emergente. 2020 acabou por ser um dos anos mais relevantes da curta carreira deste artista: entrou na nova década com o pé direito, a lançar A-Team, mixtape colaborativa com dois nomes fortes de Atlanta, Lil Yachty e o lendário produtor Zaytoven. Ainda em Agosto do mesmo ano, teve tempo para encerrar a sua série de mixtapes Trapped In Cleveland, com o lançamento da terceira parte, projecto com pouco impacto comercial, porém absolutamente carregado do ponto de vista de participações, com alguns dos nomes mais pesados da cena norte-americana, tais como Travis Scott, Lil Baby, Future, Ty Dolla $ign e Chris Brown.
Até à data do seu falecimento, o rapper lançou alguns temas soltos de menor relevo e também registou algumas participações em que o seu característico timbre foi dando um sabor bem melódico às faixas. Por lançar fica o trabalho Keed Talk to ‘Em 2, sequela da mixtape original, que, apesar de nunca ter sido confirmado pelo próprio ou os seus representantes, parecia estar a ganhar forma, depois de algumas partilhas de Lil Keed nas suas redes sociais a mencionar o título do projeto apontarem para tal possibilidade.
São semanas preocupantes para a YSL Records. Depois de Young Thug, Gunna e vários integrantes da editora terem sido presos com fortes acusações de envolvimento dos mesmos em actividades criminais, a última sexta-feira (13 de Maio) assinala um dos dias mais negros para a história recente do rap de Atlanta, com o desaparecimento de um artista tão jovem como Lil Keed, que se vinha lentamente a cimentar como um dos nomes a ter em conta na cultura daquela zona dos Estados Unidos da América, ainda com potencial por explorar, como já havia demonstrado na sucessão de trabalhos dos últimos quatro anos supramencionados.