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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 17/07/2021

O adeus ao "Clown Prince of Hip Hop".

Morreu o rapper Biz Markie aos 57 anos

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 17/07/2021

O mundo da música despediu-se ontem de Biz Markie, rapper pioneiro do Harlem que, aos 57 anos, não resistiu a complicações relacionadas com a diabetes tipo 2.

Apelidado de “Clown Prince of Hip Hop”, Marcel Theo Hall fez parte da “geração de ouro” da cultura hip hop. O seu percurso começa ao lado de lendas como Kool G Rap, Marley Marl ou Big Daddy Kane no grupo The Juice Crew, fundado pelo DJ Mr. Magic durante os anos 80, onde começou por desempenhar funções de beatboxer. Em 1988 dava à luz Goin’ Off, o álbum de estreia já como rapper, embora sem renegar às suas origens dentro do movimento, tal como apontava o título e o conteúdo da faixa que mais se destacava nesse alinhamento, “Make the Music With Your Mouth, Biz“. “Vapors“, outro dos temas que integravam o disco de apresentação, viria a ser mais tarde recriado por Snoop Dogg no seu segundo LP Tha Doggfather, um gesto que raramente assistimos entre MCs.

No ano a seguir, em 1989, teria o seu primeiro e único grande êxito comercial incluido em The Biz Never Sleeps, o segundo trabalho em nome próprio e no qual viria também a assumir parte da produção. O single em questão era “Just a Friend“, um tema que resume bem o seu lado mais inventivo: a faixa de rap mais divertida de todos os tempos para a Complex espelhava um artista sem complexos em falar sobre a sua vida íntima, por mais caricata que fosse, e remava na direcção totalmente oposta às letras sobre a vida nas ruas que dominavam dentro do género. Numa plataforma ainda recente como a Genius, a letra de “Just a Friend” soma uns espantosos mais de 400 mil visitantes.



A saga da auto-depreciação continuaria em 1991 no título I Need a Haircut, o álbum que lançou em 1991. A peça viria a tornar-se histórica mas, infelizmente, os motivos não eram os melhores. Gilbert O’Sullivan processou Markie pela utilização de um sample não autorizado de uma música sua — “Alone Again (Naturally)” esteve na base de um entretanto extinto “Alone Again” — e Biz foi obrigado a pagar 250 mil dólares pelos danos causados. O caso serviu de exemplo para o que hoje chamamos de sample clearing, uma prática banal nos dias que correm, em que se procura chegar a um acordo com o autor de um determinado sample que se quer usar antes da música ser colocada à venda.

Ironicamente, no meio de todo este imbróglio, nem assim o sentido de humor do rapper se haveria de perder. All Samples Cleared! foi o título escolhido para o seu quarto e penúltimo registo de longa-duração. Dez anos depois, em 2003, sairia o derradeiro Weekend Warrior.

Durante o presente milénio, o legado de Biz não passou ao lado dos videojogos, tendo títulos como Grand Theft Auto: San Andreas ou Saints Row IV incluido temas seus nas rádios dos seus respectivos universos virtuais. Entre trabalhos variados que desempenhou nos anos que se seguiram, do DJing à representação, destacam-se a sua participação em no filme Men in Black II e nas séries Fast Lane, Kung Faux, Sharknado 2 ou Empire, tendo ainda feito a abertura para vários espectáculos de Chris Rock durante a digressão de No Apologies ou, mais recentemente, dado início ao seu próprio programa de rádio na estação Rock the Bells Radio, de LL Cool J para a SiriusXM.


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