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O mundo da música chora o desaparecimento do músico e pioneiro do jornalismo de hip hop Greg Tate, um dos maiores responsáveis pela disseminação da cultura negra ao longo das últimas quatro décadas.
Nasceu em Dayton, Ohio, mas passou a chamar “casa” a Nova Iorque desde o início da década de 80, onde acompanhou de perto as suas manifestações culturais contemporâneas. Por lá fundou a banda Black Rock Coalition e, mais tarde, a Burnt Sugar, the Arkestra Chamber, esta última mais virada para as tonalidades jazz e da música de improviso e que maior número discos originou ao longo de mais de 20 anos de percurso.
Mas foi através das letras que a visão do “Ironman” mais influência provocou, ele que foi um veterano da redacção do The Village Voice, onde se destacou como um dos primeiros críticos a prestar séria atenção ao fenómeno hip hop. Em 1992, publica Flyboy in the Buttermilk: Essays on Contemporary America, um “abre-olhos” servido em doses de pensamentos analíticos que se debruçavam não só sobre a música ou literatura mas também política e questões raciais. Em 2016, o brilhante livro que nos apresentou então um novo discípulo de Amiri Baraka teve direito a uma sucessão, através de Flyboy 2: The Greg Tate Reader. Actualmente, encontrava-se a trabalhar em James Brown’s Body and the Revolution of the Mind.
Para Hua Hsu, crítico do The New Yorker, há toda uma nova geração de pensadores sobre música cujas bases assentam nos pilares que Tate edificou: “A sua carreira serviu como um lembrete de que a diversidade não se baseia apenas num salpico colorido numa foto de grupo; é sobre as diferentes formas que as pessoas vêem, sentem e se movem no mundo.”
Everything But the Burden: What White People Are Taking From Black Culture e Midnight Lightning: Jimi Hendrix and the Black Experience foram outras duas das obras literárias assinadas pelo homem que também partilhou algum do seu vasto conhecimento pelos formandos das universidades de Brown e Columbia ao longo dos últimos anos.
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