Wolfgang Dauner morreu na passada sexta-feira, dia 10 de Janeiro, vítima de doença prolongada. Tinha 84 anos.
Nascido em Estugarda, na Alemanha, na década de 30, Dauner começou a firmar o seu legado enquanto grande figura do jazz alemão e europeu a partir do momento em que decidiu criar o seu próprio trio — a estreia na companhia de Eberhard Weber e Fred Braceful aconteceria em 1964 com o álbum Dream Talk.
Apesar de ter estudado música na universidade da sua cidade, o pianista e compositor tornou-se músico de jazz de forma auto-didacta, aproveitando os ensinamentos da sua tia, que era professora de piano, como base para ensaiar os seus próprios estudos.
Esta vontade de se instruir e experimentar foi a fundação para tudo o que fez no resto da sua longa carreira, indo do free jazz ao krautrock, compondo para rádio, televisão, cinema e óperas infantis e fundando grupos com diferentes abordagens como Et Cetera, United Jazz + Rock Ensemble ou Dauner // Dauner, dupla com o seu filho Florian.
Como provocador e inovador que era, o pioneiro alemão também teve a sua quota de histórias pontuadas por momentos mais caóticos: uma vez destruiu um violino e um piano num concerto; noutra ocasião, cobriu as cabeças de um dos coros mais reputados da Alemanha com meias de nylon para que eles só conseguissem emitir ruídos.
Enquanto “paralelo musical para artistas neo-dadaístas como Joseph Beuys“, Wolfgang Dauner deixou um importante legado que tanto diz a amantes de abordagens mais clássicas como a adeptos de arte nas suas formas livres. Registos editados em nome próprio como Output (em que Trevor Jackson se inspirou para dar nome à sua etiqueta) ou The Oimels, que lançou em 1969 com o seu quinteto cruzando jazz e rock psicadélico, são apenas alguns dos títulos mais apreciados numa longa discografia carregada de grandes pérolas.
