pub
Ahmad Jamal, nome basilar na história da música jazz, morreu no domingo passado, dia 16 de Abril, aos 92 anos. A informação foi avançada ao The Washington Post pela mulher do músico, Laura Hess-Hey.
De Miles Davis a Herbie Hancock, o legado do pianista norte-americano, nascido Frederick Russell Jones a 2 de Julho de 1930, estendeu-se gerações atrás de gerações. Foi nos anos 50 que o músico de Pittsburgh se mudou para Chicago e, convertido ao islamismo — tendo adoptado o nome Ahmad Jamal —, alavancou a sua longa e frutífera carreira de sete décadas.
A relação com o piano começou, porém, bem mais cedo: a descoberta do instrumento deu-se aos três anos de idade, aos 10 já compunha e aos 14 tinha-se tornado um artista referenciado no meio — muito antes de formar o seu primeiro trio, Three Strings, com o guitarrista Ray Crawford e o baixista Eddie Calhoun.
A estreia em estúdio deu-se com Ahmad Jamal Plays, em 1955, mas foi com At the Pershing: But Not for Me (1958) que deixou a primeira grande marca da sua manifesta influência, tendo atingido um milhão de cópias vendidas e passado mais de 100 semanas nas tabelas da Billboard. Por oposição ao frenesim imposto pelo jazz da época, Jamal diferenciou-se (a princípio, com algum custo) pelo culto do silêncio na sua obra — com o piano a ditar esses tempos do que mais tarde se veio a definir como “cool jazz”.
Em 1970 editou o igualmente impactante The Awakening, já com o seu Ahmad Jamal Trio, ao lado de Jamil Nasser no contra-baixo e Frank Gant na bateria, disco esse que se tornou especialmente emblemático entre uma discografia com mais de 70 trabalhos editados — que serviu de matéria-prima também no hip hop para produções desde Gang Starr a Nas.
Já em 1994, foi considerado Mestre do Jazz pelo National Endowment for the Arts e, em 2017, ganhou um GRAMMY Lifetime Achievement. O prodigioso pianista passou ainda por Portugal uma série de vezes, tendo-se estreado em solo português pelo Estoril Jazz, tocado pela primeira vez na capital, em 1996, na Culturgest, e passado ainda por Loulé em 2001 ou Guimarães em 2007.
Nos últimos anos, o guitarrista português Pedro Madaleno, o contrabaixista Yuri Daniel e o baterista Alexandre Frazão têm levado o “Tributo a Ahmad Jamal” a diferentes palcos pelo país fora em homenagem a um dos nomes mais importantes da música jazz.
No Twitter, são muitos aqueles que têm deixado algumas palavras em jeito de homenagem a um dos grandes nomes maiores da música negra:
pub
