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José Duarte, um dos principais embaixadores da música jazz a nível nacional, morreu hoje, dia 30 de Março, aos 84 anos.
Feitas as contas, foram 65 anos a dar a conhecer músicos que, quando começou a fazê-lo, pouca expressão tinham nos ouvidos dos portugueses. “Jazzé”, como era também conhecido, deu os primeiros passos na divulgação do género com Jazz, Esse Desconhecido, em 1958, na Rádio Universidade, altura em que fundou, também, o Clube Universitário de Jazz.
Começou a escrever regularmente sobre jazz na imprensa — desde o Diário de Lisboa ao A Capital —, mas foi através da rádio que chegou a mais gente: deu voz a programas como Encontro com o Jazz, Isto é o Jazz, O Jazz e o Zip, Pão com Manteiga, Abandajazz, A Menina Dança? ou — e talvez o mais emblemático — Cinco Minutos de Jazz, cuja introdução ritmada pelo autor se tornou numa imagem de marca inconfundível.
Sempre em órbita do planeta musical azul, fez ainda parte da direcção do Hot Clube de Portugal, promoveu e produziu concertos — entre eles, a actuação histórica do saxofonista norte-americano Steve Lacy no Monumental, em Lisboa, a 29 de Fevereiro de 1972 —, numa época em que, também através da música, se ia de encontro ao regime político na altura vigente.
Passou pela televisão, editou livros como João na Terra do Jaze, Jazzé e Outras Músicas, Cinco Minutos de Jazz, Jazz, Escute e Olhe, Poezz – jazz na poesia em língua portuguesa ou História do Jazz, e tornou-se o autor do programa de rádio mais antigo do mundo: Cinco Minutos de Jazz continua ainda hoje em emissão na Antena 1 — e, segundo confidenciou ao ReB o director da estação, Nuno Galopim, José Duarte deixou algumas emissões do seu icónico programa gravadas, que serão transmitidas ao longo do mês de Abril.
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