Morreu Fausto Bordalo Dias, vítima de doença prolongada. Nome maior da música portuguesa, tinha 75 anos. Foi um dos artistas que marcaram a transição da ditadura para a democracia, e que agarraram nas raízes da portugalidade para construir um legado de canções que terá influenciado muitos outros ao longo das décadas, de Filipe Sambado a Slow J, de Pedro Mafama a Benjamim, só para nomear alguns.
Estreou-se em 1969 com o EP Fausto, altura em que se aproximaria de José Afonso e de Adriano Correia de Oliveira no âmbito do movimento associativo, e haveria de lançar uma dúzia de álbuns ao longo da carreira. Um dos mais emblemáticos, claro, é Por Este Rio Acima, de 1982, o sexto do seu currículo. O mais recente, Em Busca das Montanhas Azuis, data de 2011.
Foi também um dos fundadores do GAC (Grupo de Acção Cultural – Vozes na Luta), com José Mário Branco, Afonso Dias e Tino Flores. E gravou discos com Sérgio Godinho e Vitorino. Foi distinguido por diversas vezes durante a sua vida, nomeadamente com o Prémio José Afonso e como Oficial da Ordem da Liberdade.