A UNESCO oficializou ontem: a morna cabo-verdiana é, a partir de agora, Património Imaterial da Humanidade.
No mês passado, o feito foi anunciado nas redes sociais por Abraão Vicente, ministro da cultura de Cabo Verde, mas a decisão só se tornou oficial durante a 14ª reunião anual do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da UNESCO, que decorre até dia 14 de Dezembro em Bogotá, na Colômbia. Em concurso encontra-se também a tradição milenar dos Caretos de Podence, a única candidatura enviada por Portugal.
No documento submetido para avaliação pode ler-se que “a morna é uma prática musical que se estrutura em três dimensões: melodia, poesia e dança, caracterizando-se pelo compasso quaternário, ritmo lento e predominância dos esquemas tonais menores clássicos perfeitos de influência europeia”. Nas suas letras, descritas como “melancólicas”, encontramos uma temática “muito vinculada ao sentimento do amor, ao sofrimento, à saudade, à ternura, à tristeza, à ironia e à boa ou má sorte do destino individual.”
A morna, que foi elevada pela voz de Cesária Évora, junta-se assim a outros géneros musicais já reconhecidos pela organização, como o fado, o cante alentejano ou o reggae.