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As DAMAS, apresenta esta sexta-feira, dia 24 de Novembro, uma noite que xs próprixs definem como — “Noite bem especial, esta.” Não só acreditamos, como subscrevemos. A casa situada na Rua Voz do Operário 6 (Graça, Lisboa), de tradição e perspicácia no que se refere à organização de concertos no momento adequado, recebe uma programação composta por Monopoly Child Star Searchers, Timelash e DJ Cansada. As entradas custam 5 euros.
Monopoly Child Star Searchers é viajante e inventor destemido de Mundos por cartografar. O norte-americano Spencer Clark — também conhecido por Monopoly Child, Typhonian Highlife, Vodka Soap e todo um monte de alias — tem vindo a criar, desde que formou com James Ferraro os míticos Skaters no início deste século, um corpo de obra tão labiríntico e idiossincrático quanto precioso. Com uma discografia-mosaico vasta, Clark tem criado uma mitologia própria, recolhendo coordenadas que tanto nos apontam aos confins mais obscuros quanto recolhem ícones da cultura popular: da figura do Pinhead de Hellraiser à província marciana do vulcão Teide, do Avatar de James Cameron a portais da mente para outros planos de existência. Como Monopoly Child, aquela que tem sido a sua pele mais constante em tempos recentes, Clark projecta uma aura de escapismo e romance tropical, feita de linhas de sintetizador hipnóticas, ritmos cavalgantes erigidos de bongos, congas e demais percussão, coros sintéticos e uma linha narrativa em fluxo psicotrópico. Sempre envolvente. Barbados Wild Horses, lançado já este ano na Discrepant, conta com a guitarra de Cameron Stallones (também conhecido como Sun Araw), para desenhar uma utopia libertadora a partir da experiência imersiva e insular das Ilhas Canárias. Mais uma peça valorosa de uma demanda que nos deixou já discos tão fundamentais como Bamboo For Two ou Make Mine Macaw. Génio?
Timelash é duo transcontinental numa travessia entre o Maine nos Estados Unidos e Santiago do Chile, formado por Embassador Dulgoon (Nonlocal Research) e Corum (Psychic Sounds ou Millions Brazillians) que invoca uma existência tão anciã quanto futurista, tão terrena quanto alienígena, em longas digressões de hipnotismo e elevação. Recorrendo a harmonias de sintetizador sonhadoras em descendência kösmiche, texturas sci-fi e ambientes da exotica, Timelash vão projectando uma música enigmática de que o perfeitamente intitulado A Morphology of Wonders, lançado na Aguirre, será belo testemunho.
Noite de génios, concordantes e cintilantes, que termina com DJ Cansada, ou seja, Inês Lopes: boa onda suprema, sassy e bem consciente por entre reggaeton, batidas quebradas, pop plena do balanço ou r&b.
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