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Julho traz de volta as Noites de Verão da Filho Único, uma série de concertos de entrada gratuita e ao ar livre que se vão dividir por dois espaços lisboetas — o Jardim das Esculturas no MNAC e o Jardim das Galerias Municipais (Galeria Quadrum).
O primeiro nome revelado do cartaz deste ano é o de Mohammad Reza Mortazavi. Nascido no Irão em 1978, a sua perícia no manuseio do tombak — considerado o principal instrumento de percussão na música persa — deu nas vistas desde cedo e aos 20 anos de idade era já considerado um dos melhores nessa área. Adquiriu as técnicas dos grandes mestres e ainda inventou as suas próprias, ao mesmo tempo que gerava alguma controvérsia entre os puristas, nem sempre convencidos da abordagem vanguardista a um artefacto sonoro tão tradicional. O público, por seu lado, aplaudia-lhe a audácia e esgotava-lhe frequentemente as salas onde se apresentava ao vivo em Teerão.
Berlim é a capital europeia à qual Mortazavi chama de “casa” há duas décadas, cidade que tem respondido ao talento do iraniano com novas oportunidades de carreira. Num misto entre instrumentação real e produção electrónica de dança, a sua música tem-nos chegado principalmente via Flowfish Records, selo alemão onde reside a maior parte da sua discografia — Prisma, de 2022, é a sua entrada mais recente neste catálogo. Entre a obra do percussionista encontramos também uma edição (o EP Focus) pela portuguesa Padre Himalaya ou um par de projectos (Yek e Yek 2) conduzidos a meias com Burnt Friedman. Nos planos para um futuro breve está ainda um álbum para a Tresor, uma das maiores instituições da cena techno berlinense.
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