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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 13/05/2025

Com foco no jazz, mas sem barreiras.

Miguel Ângelo sobre a +RECORDS: “Surge da necessidade de criar um instrumento que me permitisse total liberdade”

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 13/05/2025

Miguel Ângelo fundou a sua própria editora no final da semana passada, a +RECORDS.

A iniciativa partiu do desejo de garantir a autonomia e integridade artística dos seus trabalhos, colocando a liberdade estética como prioridade na sua missão, e surge como resposta às transformações profundas do mercado musical, que, segundo o próprio fundador, deixaram um vazio no apoio estruturado e transparente aos criadores. Com a +RECORDS, Miguel Ângelo não só cria um espaço seguro para a sua produção artística, como ergue uma plataforma onde o controlo sobre os processos estilísticos, artísticos e comerciais permanecem nas mãos dos músicos.

Mais do que uma simples casa editorial, a +RECORDS assume-se como manifesto: um projecto que recusa concessões de ordem estética ou comercial, reafirmando a necessidade de os artistas preservarem os seus direitos e identidade num tempo em que a proliferação de editoras — muitas delas ligadas a associações ou projectos individuais — nem sempre garante o suporte efectivo ou a transparência desejada.

Apesar de ser uma estrutura assumidamente pessoal e com ligações ao jazz — o género por onde deambula o veterano contrabaixista e compositor —, a editora abre as suas portas a colaborações com outros projetcos que partilhem de uma visão semelhante, posicionando-se assim como um selo de autor com vocação comunitária. A promessa de transparência e o compromisso com os direitos dos autores são os dois pilares em que assenta a +RECORDS, sugerindo um modelo editorial mais ético e horizontal, em contraste com as práticas mais opacas da indústria.

Com a promessa de edições cuidadas e coerentes, a label conta, para já, com uma mão-cheia de obras assinadas pelo músico em anos passados e em diferentes formatos — Branco, A Vida de X e Dança dos Desastrados enquanto Miguel Ângelo Quarteto; Utopia enquanto MAU (Miguel ângelo Utopia) ou I Think I’m Going To Eat Dessert a solo. O primeiro disco novo a ser selado pela +RECORDS será DISTOPIA do Miguel Ângelo Trio, na companhia de Luís Ribeiro na guitarra e Mário Costa na bateria, cujo concerto de aprsentação está marcado para o dia 17 de Junho no Auditório da FEUP (Faculdade de Engenharia da Universidade Porto) pelas 21h30.

Em declarações ao Rimas e Batidas, Miguel Angêlo falou sobre aquilo que o motivou a dar vida a este novo projecto editorial:

“A + RECORDS surge da necessidade de criar um instrumento que me permitisse total liberdade criativa e editorial. Existem atualmente várias editoras, mas creio que há uma tendência para uma excessiva especialização estética ou, por outro lado, para uma certa dispersão — tanto em quantidade como em ‘qualidade’.

Hoje em dia, as editoras assumem um papel diferente na proteção do artista. Já não existem — ou, pelo menos, já não são acessíveis para nós, músicos de países periféricos e com propostas menos ‘populistas’ — as grandes editoras de outros tempos. Assim, pareceu-me oportuno criar a minha própria editora e disponibilizá-la a outros criadores com quem me identifico e que se identificam comigo.”


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