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Publicado a: 15/07/2017

MC Ary e Malabá estreiam hoje novo formato no 36: Os Poetas e o Violão

Publicado a: 15/07/2017

Os Poetas e o Violâo é uma nova ideia de programação, para o bar 36, no Bairro Alto, em Lisboa, imaginada por MC Ary, o mesmo dinamizador das sessões Rolézinho. O clube explica o conceito, que se estreia hoje à noite: “Os bairros antigos lisboetas carregam em si a mística do fado vadio, da guitarra portuguesa e do eco das vozes dos mais audazes. Seguindo a mesma linha tradicional alfacinha, MC Ary traz para dentro d’o 36 o espírito do hip hop “vadio”, sob a égide de Os Poetas e o Violão. Neste sábado, 15 de Julho, a voz de Malabá junta-se aos acordes da guitarra de MC Ary, para uma sessão acústica do repertório deste peso pesado do hip hop nacional. O resto da noite fica por conta de MC Ary, que veste a camisola de DJ e nos promete uma viagem pelo universo do hip hop que o inspira e alimenta a alma”.

A este propósito, o Rimas e Batidas colocou algumas questões a MC Ary.

 


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Como é que surgiu esta ideia? 

A ideia surgiu depois de fazer vários concertos acústicos apenas de violão, vozes e rimas como MC. Consegui perceber que, ao retirar os beats, samples, baixos e reduzir a musicalidade das canções a acordes de viola, criava um ambiente intimista em que a poesia ganhava muito mais relevo e a atenção dos ouvintes do movimento hip hop, mas principalmente fora do panorama hip hop.

Ao início não associei logo à possibilidade de fazer disto um projecto com outros MCs. No entanto, após a criação de Rolézinho (semente também desses concertos intimistas), comecei a sentir que existiam várias canções dos MCs que tínhamos como convidados que ganhavam uma beleza única tocadas apenas com o violão.

Tive a ideia de fazer um CD ou vários vídeos do Youtube d’Os Poetas e o Violão em que convidaria muitos dos MCs que passaram por Rolézinho. Este nome surge em homenagem a um CD de Vinicius de Moraes e Toquinho, dois dos meus heróis musicais, O Poeta e o Violão. Com Rolézinho e a gravação de pelo menos 3 EPs enquanto MC a ocuparem-me muito tempo, decidi partir para a vertente live e desafiei a galera do 36 a acompanhar-me nesta aventura.

De certa maneira, é quase natural pensar no hip hop como uma espécie de fado dos nossos tempos, é isso?

Isso é uma pergunta muito interessante e que tem tudo a ver com o projecto ter data de estreia nesta altura. No último Na Mira do Sam the Kid, que teve o NBC como convidado, o Sam questionou o mesmo sobre o porquê de ter feito uma participação num filme sobre fado e o NBC explicou que os produtores viam o rap na altura como uma nova maneira de se fazer fado. Foi depois de ver essa entrevista que voltei a desafiar  o Pedro do 36 para fazermos então estas noites de Os Poetas e Violão. Para mim, o rap é o fado dos nossos tempos e os fadistas são uma espécie de MCs da sua época: as batalhas, as rimas improvisadas e a importância da mestria nas letras tem tudo a ver com rap.

O acompanhamento dos MCs vai ser feito exclusivamente na viola, não vai haver beat?

Vai ser exclusivamente à viola, no máximo acompanhado por outro instrumento de algum convidado especial!

Começas com o Malabá, quem mais está alinhado para futuras sessões?

Ficou combinado que esta edição será experimental, não só por causa do público, mas para perceber se faz sentido no espaço que é. Felizmente sei que posso contar com vários MCs com que já trabalhei em Rolézinho, por isso podemos contar com os melhores MCs da Capital num período inicial.

 


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