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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 06/06/2025

A estreia de uma nova rapper portuguesa.

Mázinha estreia-se com “Vemo-nos em Agosto”: “Tinha um desejo antigo dentro de mim que merecia ser explorado”

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 06/06/2025

Uma nova rapper apresenta-se ao mundo. Dá pelo nome de Mázinha e lançou a 2 de Junho o seu single de estreia, “Vemo-nos em Agosto”, uma faixa que em breve terá direito a videoclipe (com estreia prevista para o dia 16) e que foi produzida por Holly, além de gravada por Fred e misturada e masterizada por Il-Brutto. Nomes sólidos que contribuem para o percurso embrionário da artista.

Embora esteja agora a lançar-se no rap, Mázinha passou os últimos anos entre diferentes projectos musicais, sobretudo ligada à percussão em rodas de samba. Assim que ganhou outro traquejo ao nível rítmico, recuperou o desejo antigo de fazer rap para explorar um novo caminho.

Em declarações ao Rimas e Batidas, a rapper natural de Lisboa (que também é artista visual) fala sobre o seu trajecto, contextualiza o lançamento do seu primeiro single (onde fala sobre o fim de uma relação a partir de um lugar de afecto e até esperança) e adianta que em breve irá iniciar a produção do seu álbum de estreia.



Apresentas-te agora com o single de estreia “Vemo-nos em Agosto”, mas certamente que tens um background e um contexto que te traz até aqui. Que passos deste antes de te lançares agora com o teu primeiro single?

Comecei a fazer música de forma muito espontânea, em 2017, quando aprendi a tocar pandeiro. Uma das minhas melhores amigas, a Clarissa, já tocava, e quando nos conhecemos comecei a “brincar” a tocar. Nos nossos convívios entre amigos, tudo girava à volta da música e o pandeiro (instrumento tradicional do samba e da música popular brasileira) tornou-se o meu companheiro de viagem: levava-o para todo o lado. Ainda em 2017, comecei a cantar e tocar em pequenos bares e associações de Lisboa com o cantor e compositor Ivo Vargas. Foi uma forma incrível de explorar a minha musicalidade — o Ivo é muito versátil e experiente, e o repertório que tocávamos era um mix de estilos, então foi muito entusiasmante começar na música dessa forma. Nesse mesmo ano, integrei o Viva o Samba Lisboa — uma roda de samba que acontecia aos domingos no Titanic Sur Mer. Fazer parte deste projecto também foi muito especial: aprendi com músicos profissionais e vivi de perto a dinâmica de uma verdadeira roda de samba, semana após semana. Durante esse processo já compunha, mas foi em 2020 que escrevi “Vemo-nos em Agosto”, o primeiro tema de hip hop que escrevi e que agora apresento como single de estreia.

Como é que te ligas ao rap? Quando exploravas as rodas de samba, já era algo que querias experimentar? Já existia uma rapper dentro de ti?

O hip hop é talvez o estilo musical que mais me acompanhou durante a vida. Foi por volta dos seis ou sete anos que comecei a ouvir os CDs do Boss AC, Nelly, 50 Cent no meu discman. Sempre fui aquela criança/adolescente que vivia de fones nos ouvidos. Na adolescência, cheguei a ter um caderno de rimas com uma amiga — tentei escrever, mas naquela altura nunca senti que fosse muito boa. Entretanto, anos se passaram, o rap continuou sempre presente, mas posso dizer que nunca foi um plano fazer rap — foi algo que “aconteceu”, mas no qual fiquei muito envolvida quando vi que era possível. Acredito também que algo que desbloqueou a minha escrita e o meu flow foram estes anos a estudar diferentes instrumentos de percussão, porque o rap nada mais é que poesia no ritmo. Então, como de repente o meu cérebro tinha evoluído a nível de ritmos e cadências, a composição passou a vir de uma forma mais orgânica. De repente, eu tinha ali um desejo antigo dentro de mim que sentia que merecia ser explorado.

Queres explicar como foi o processo de construção deste single e o que te levou a escrevê-lo? Apesar de ser uma estreia, estás a colaborar com artistas consolidados como o Holly, o Fred ou o Il-Brutto.

É verdade, não podia ter melhores músicos ao meu lado neste single de estreia! Sendo a minha primeira música, o processo foi longo — quase como montar um puzzle sem ver a imagem da caixa. A letra surgiu em 2020, mas só em 2022 encontrei o instrumental certo, enquanto trabalhava com o Beware Jack na primeira faixa que gravei em estúdio. Foi ele quem me mostrou este beat do Holly, e senti logo que era perfeito — os beats do Holly são absolutamente incríveis, e fiquei muito feliz quando ele aceitou fazer esta colaboração. Na altura, o meu estúdio de pintura era na mesma rua do estúdio do Fred Pinto Ferreira. Quando comecei a escrever estas novas músicas, quis mostrar-lhe, também para saber o que ele achava e pedir alguns conselhos. Acabámos por gravar juntos esta faixa. O Fred é dos melhores músicos que temos, e como engenheiro de som é super eficaz e faz todo o processo ser super tranquilo — além de ser um mestre na captação de voz. O Il-Brutto foi aquela surpresa final para este som. Um amigo nosso em comum, que é também baterista de jazz, deu-me o contacto — disse-me que tinha um amigo que andava a fazer uns beats, isto em 2023 — e desde aí tenho acompanhado o incrível trabalho dele. No início deste ano, contactei-o para um trabalho e descobri que ele também fazia mix e master, e foi perfeito. Dois outros músicos que foram essenciais para este tema foram o Alexandre Pinheiro e Simone Carugati (Cavalo55), amigos de longa data, e os músicos que gravaram o saxofone e as guitarras que ouvimos na música. São dois instrumentistas com percursos musicais completamente distintos, e são daqueles músicos super ágeis — conseguem pôr qualquer solfejo em canção, e têm sempre novas melodias para florescer a criatividade.

Vais lançar mais singles em breve? Farão parte de um primeiro projecto? 

Estou agora a finalizar mais alguns singles, mas ainda não tenho uma data de lançamento,  e, na sequência, o plano é começar a produção do meu primeiro álbum.

Quais dirias que são as tuas ambições enquanto artista no panorama do hip hop português? 

Quero muito ter a oportunidade de explorar diferentes sonoridades. A ambição por agora é essa, fazer mais música e com mais qualidade a cada passo.

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